A Associação Social, Cultural e Recreativa de Almoster (ASCRA) deu mais um passo para a concretização do sonho de vir a edificar um lar de idosos, ao conseguir finalmente terreno para a sua construção. Segue-se uma candidatura a financiamento por fundos comunitários.
“A construção do lar é um projecto que há alguns anos anda na nossa mente e que agora ganhou novo ânimo porque se prevê a abertura para breve de um aviso do PARES – Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais e resolvemos tentar aproveitar a oportunidade para construir esta nova valência que tanta falta nos faz na freguesia e também no resto do concelho”, afirma o presidente da direcção da ASCRA, Paulo Reis Silva.
Com quase um quarto de século de existência, a associação conta já com as valências de apoio domiciliário – há cerca de 20 anos – e centro de dia, pelo que o lar surge como “uma evolução natural” e uma necessidade “que sempre existiu e que nos últimos anos se tem acentuado, porque a população está cada vez mais envelhecida”.
Fundada em 1996, a ASCRA iniciou a sua actividade a funcionar em instalações cedidas pela junta de freguesia, tendo em 2002 colocado em funcionamento o serviço de apoio domiciliário. Anos mais tarde, decide “aventurar-se” na construção de instalações para permitir também a valência de centro de dia, concluídas em 2011.
“À medida que nos fomos libertando dos encargos financeiros que tivemos de suportar com a construção das novas instalações, começámos a ter outra folga para poder sonhar com essa valência que tanta falta nos faz, porque os nossos utentes do centro de dia vão envelhecendo e vão tendo necessidade também de apoio nocturno”, salienta o dirigente, explicando que são várias as situações em que por falta da valência de lar os idosos têm de sair para outras instituições com esse apoio.
Já há terreno
Para o novo e grande passo que é a construção de uma Estrutura Residencial para Idosos (ERPI), a associação de Almoster debateu-se com a dificuldade de conseguir espaço para a edificação. “Tentámos várias localizações dentro do achámos que seria o melhor, mas algumas eram inviáveis por constrangimentos do plano director municipal, outras porque houve proprietários que não cederam os terrenos, nem por venda nem por doação, e outros houve ainda que estavam disponíveis para vender, mas por preços que na nossa opinião eram incomportáveis”, conta o também presidente da junta de freguesia local.
A procura continuou e motivou mesmo um apelo recente à população para que os interessados na cedência de um terreno contactassem a associação. E resultou. “Conseguimos que três proprietários doassem à ASCRA parcelas contíguas em Almoster com área suficiente para nos permitir a construção”, congratula-se Paulo Reis Silva, certo que “o problema do terreno está resolvido e as portas estão agora abertas para continuar a trabalhar” e apresentar uma candidatura a financiamento comunitário.
Um dos passos seguintes é avançar para o projecto de arquitectura que deverá contemplar área para cerca de quatro dezenas de camas na valência de lar, num “investimento avultado, sempre superior a um milhão de euros”.
Se a candidatura ao PARES for aprovada, o financiamento não será a 100% e obrigará a associação a suportar a parte restante, para a qual espera contar com o apoio da Câmara de Alvaiázere e “provavelmente, teremos de recorrer a um empréstimo bancário, como fizemos com a obra anterior”.
Desafio ainda maior
“O centro de dia já foi um passo grande, pois representou um investimento superior a meio milhão de euros, o que para uma freguesia da nossa dimensão é muito. Agora o passo seguinte é um desafio ainda maior, mas resolvemos este problema do terreno que nos preocupava e que nos dá um elã para avançarmos com a candidatura ainda com mais confiança”, enfatiza o presidente da ASCRA.
Paulo Reis Silva assegura que caso a candidatura não venha a ter êxito não irão desistir da intenção de colocar de pé a ERPI e irão continuar a desenvolver esforços para conseguir financiamento “numa próxima oportunidade que surja”.
A associação de Almoster presta actualmente assistência a cerca de 40 utentes nas duas valências e embora tenha também um cariz cultural e recreativo, é na vertente social que se foca.
“A ASCRA está em velocidade de cruzeiro, está estabilizada e com uma situação confortável também em termos financeiros”, sintetiza o dirigente, salientando o bom relacionamento desta com a comunidade envolvente e as solicitações que continuam para a assistência a novos utentes.
Os tempos complicados da pandemia
A ASCRA também sentiu, e bem, os constrangimentos da pandemia de covid-19 ou não estivesse a trabalhar com o grupo de maior risco, os mais velhos. “Tivemos o centro de dia fechado todos estes meses e reabrimo-lo recentemente. Foi um pouco complicado, pois os nossos utentes estavam habituados a ter actividades diárias e viram-se privados delas. Ainda assim continuaram a ter o nosso apoio em casa”, salienta o presidente da direcção da associação, Paulo Reis Silva.
“A situação causou-nos constrangimentos e aos utentes também, porque tivemos de nos articular, tivemos de funcionar com as equipas em espelho e ter muita atenção às questões da higiene e segurança sanitária”, conta o dirigente. Com a pandemia ainda em curso, os procedimentos recomendados pelas autoridades de saúde continuam em prática na associação de Almoster.
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