O investimento da Cannexpor Pharma, em Condeixa, no cultivo de canábis para fins medicinais ronda a casa dos 15 milhões de euros e o projecto vai entrar em fase piloto até ao final do corrente ano, sofrendo, assim, um atraso nos prazos inicialmente previstos, devido também às consequências da pandemia, adiantou ao TERRAS DE SICÓ António Vieira, director do projecto em Portugal.
“Embora não muito significativo, a covid-19 causou algum impacto na implementação do projecto e esta fase piloto permite-nos ganhar tempo. Começamos [a produção] um pouco mais tarde, mas já com fases importantes cumpridas”, salienta António Vieira.
Como noticiámos oportunamente, a Cannexpor vai construir uma unidade de produção junto à zona industrial de Condeixa, próximo da povoação de Sobreiro, num terreno de cerca de 25.000 metros quadrados, onde já há alguns meses decorrem os trabalhos de instalação.
A primeira fase terá início, o mais tardar, até ao final de 2020 e vai servir para “testar como podemos potenciar as características genéticas das plantas, tendo em conta, por exemplo, factores como o clima e a própria água”.
Aquele responsável refere que esta fase piloto permite “preparar para o arranque da instalação final” e o início do cultivo de cerca de sete toneladas no primeiro ano, o que irá acontecer até meados de 2021.
A unidade de Condeixa terá uma área de 2.000 metros quadrados para cultivo em ambiente exterior e cerca de 5.000 quadrados para produção em ambiente interior (estufas), bem como uma área de laboratórios para o processo de transformação da planta em medicamento. Esta última fase, que implicará a construção de um edifício, só deverá estar concluída em 2023.
Segundo a Cannexpor, “o ciclo de produção atenderá aos padrões GACP e GMP, para que os produtos de canábis possam ser distribuídos livremente no mercado da União Europeia”.
Além de até sete toneladas de canábis durante o primeiro ano, aquele consórcio europeu de capitais americanos obteve pré-licença do Infarmed para cultivar até 30 toneladas nos cinco anos seguintes.
Numa primeira fase, o investimento vai criar uma dezena de postos de trabalhos, que numa fase posterior subirá para cerca de meia centena.
O director do projecto em Portugal mostra satisfação com o trajecto já percorrido no processo de implantação e realça a “cooperação do município”.
Refira-se que em Portugal, o cultivo da planta de canábis para fins medicinais foi legalizado e regulamentado no início de 2019, depois de o Parlamento ter aprovado a legalização do uso de produtos feitos à base de canábis (Cannabis sativa) para fins medicinais. A legislação não prevê o uso terapêutico da planta, mas apenas dos preparados.
Farmalabor cresce
Entretanto, na zona industrial de Condeixa, a farmacêutica Farmalabor, do Grupo Medinfar, deu início no terreno ao investimento de cerca de 10 milhões de euros num projecto de alargamento da unidade.
Quando concluído, o projecto de expansão da fábrica deverá duplicar a área de implantação actual e “do ponto de vista de capacidade instalada, provavelmente, poderá quadruplicar, pois o conceito modelar definido permite ir aumentando o espaço em função das necessidades da produção industrial”, como adiantou o director-geral João Almeida Lopes, em 2019, aquando da visita à empresa do secretário de Estado da Economia, João Correia Neves.
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