O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) é o primeiro centro de transplantação português a utilizar um equipamento para perfusão hipotérmica oxigenada de fígado e rim, que permite melhorar a qualidade dos órgãos para transplante.
O equipamento, apresentado hoje à tarde em conferência de imprensa, permite melhorar a qualidade dos enxertos, a função hepática pós-transplante, a sobrevivência de enxertos e receptores e a segurança da transplantação, segundo a coordenadora da Unidade de Transplantação Hepática do CHUC.
“Este dispositivo permite maximizar a utilização de órgãos para transplante, utilizar órgãos que habitualmente até podem ser recusados por serem de dadores marginais ou critérios expandidos, como é o caso de dadores idosos, de coração parado ou com muitas comorbilidades ou até com algumas alterações analíticas”, disse Dulce Diogo.
A responsável salientou ainda que, no pós-transplante, a técnica de perfusão hipotérmica oxigenada permite reduzir as taxas de retransplante na primeira semana, além de que “o fígado começa logo a funcionar após o transplante e isso, por vezes, é determinante, principalmente nos doentes com situações mais graves”.
O dispositivo permite ainda reduzir significativamente a taxa de complicações biliares, que são, actualmente, “uma das principais complicações tardias do pós-transplante hepático e que conduzem a um aumento da morbimortalidade dos receptores”.
Para o director clínico, Nuno Devesa, o novo equipamento, que já foi utilizado em duas situações, vai possibilitar “melhorar as transplantações e os números muitíssimo bons do CHUC”, numa área que “é uma bandeira”.
O CHUC, que lidera nas doações em Portugal, pretende assim “aumentar a taxa de aproveitamento dos órgãos”, cujos dadores têm, actualmente, uma média de 60 anos, quando há duas décadas era de 32 anos, o que aumenta os riscos das condições ideais para transplantação.
LUSA
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