As assimetrias entre o Litoral e Interior/Territórios de Baixa Densidade Populacional há muito discutidas são uma evidência a todos os níveis.
Ao nível da discussão e debate político essa realidade é outra evidência pouco falada. Principalmente para quem partilha experiências nesse campo dos dois lados da “fronteira”, facilmente percebe que em muitas situações torna-se difícil levar a cabo discussões e debates sobre matérias do interesse público local.
Em muitos casos não existe sequer imprensa local capaz de divulgar e promover a diferença de ideias e posições. Outras vezes quem está no poder acomoda-se e não toma a iniciativa. A somar a isto chamamos também as oposições dos vários partidos, que nalguns casos mais parecem guardam as suas “armas” para os últimos 15 dias de campanha de 4 em 4 anos e noutros apenas para secretariar as respectivas lideranças distritais quando a estas lhes interessa. Poucochinho, portanto!
Damos como exemplo os últimos dados da Pordata, aliás, atestados por algumas publicações na imprensa local, nos quais podemos aferir que a População residente no Centro de Portugal continua a baixar, continuando assim no trilho do decréscimo no que toca à capacidade de fixar pessoas em toda a Região e cujo problema abrange todos os distritos.
O estudo que incidiu entre os anos 2009 e 2019 apurou que durante este período a Região Centro perdeu 131.280 pessoas residentes, no qual entraram também outras variáveis tais como: o rejuvenescimento e envelhecimento populacional, sendo que a primeira tem registado um abaixamento significativo e a segunda um incremento no mesmo sentido.
Se tivermos em conta o Distrito de Coimbra e os seus 17 Municípios, apenas “escapa” ao problema Condeixa-a-Nova que registou um aumento populacional no período em causa em cerca de 4,63%.
Relativamente ao Interior e aos territórios de Baixa Densidade Populacional o problema mantém-se mesmo ao nível das medidas implementadas no terreno para mitigar esse efeito.
Lembramos que em 2017 foi lançado o programa de Revitalização do Pinhal Interior que envolve no que à Região Centro diz respeito: Alvaiázere, Ansião, Arganil, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Góis, Pedrógão Grande, Lousã, Miranda do Corvo, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penela, Tábua e Vila Nova de Poiares, pertencentes à ex-NUT III do “Pinhal Interior Norte”, e Oleiros, Proença-a-Nova, Mação, Sertã e Vila de Rei, da ex-NUT III do “Pinhal Interior Sul”. Programa que leva a cabo um conjunto de medidas e acções em concreto no sentido de criar maior e mais desenvolvimento, bem como contribuir para uma melhor equidade territorial. Medidas e acções essas direccionadas para várias vertentes.
No entanto, o que se verifica à data de 2019 foi que pelo menos no que toca à fixação de pessoas residentes as mesmas não têm sido consequentes.
Face ao exposto e ao fim de alguns anos de mandato em Penela, fica a questão: onde afinal anda a discussão abrangente sobre o problema?
Se a virem digam qualquer “coisinha”, por favor!
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