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Agricultores de Coimbra exigem controlo de animais que destroem culturas

25 de Maio 2020

A Associação Distrital dos Agricultores de Coimbra (Adaco) exigiu hoje um “controlo efectivo” dos animais selvagens que destroem as culturas agrícolas e lamentou que o Estado não assuma responsabilidades pelos prejuízos.

“No distrito de Coimbra, os javalis – e nalgumas zonas também veados e corços – continuam a invadir as explorações agrícolas e mesmo florestais e a causar grandes prejuízos em várias culturas, sazonais e permanentes, e até em vedações e sistemas de rega instalados”, afirma o coordenador da Adaco, Isménio Oliveira, em comunicado.

Devido a esta situação, “que se mantém fora de controlo, têm sido enormes os prejuízos” na lavoura, “ao ponto de centenas de pequenos e médios agricultores estarem a ser obrigados a deixar de produzir”, segundo a organização, associada da CNA.

“O Ministério da Agricultura e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) não têm tomado medidas eficazes de controlo das populações de animais selvagens”, refere, o que levou a Adaco a enviar ao ICNF “uma nova exposição, reclamando a tomada de medidas para resolver o problema”.

A associação, com sede em Coimbra, exige “a atribuição de indemnizações pelos prejuízos e o controlo sanitário e do número (…) destes animais, que devem ser pagas, sobretudo nesta situação de crise”, aos donos das culturas destruídas.

“E o ICNF não venha dizer que não há verbas, porque recebe mais de 10 milhões de euros por ano, das zonas de caça e das licenças dos caçadores”, salienta.

Na resposta à Adaco, “além da informação de que as zonas de caça associativas são as responsáveis pelos pagamentos das indemnizações e de duas acções de correcção de densidade de javalis, nos concelhos de Miranda do Corvo e Penela, com o abate de 60 animais”, a diretora regional do Centro do ICNF, Teresa Fidélis, “alvitra que também cabe aos agricultores minimizarem a ocorrência de prejuízos, por exemplo, instalando cercas de protecção ou outros dispositivos”.

“O que é urgente, isso sim, é que o ICNF vá para o terreno contabilizar os prejuízos, conforme promessa do seu presidente [Nuno Banza], em reunião realizada, em 2019”, com os representantes dos agricultores lesados, defende a associação.

Por outro lado, a Adaco preconiza a alteração do decreto-lei 2/2011, de 6 de Janeiro, “de forma a responsabilizar mais o Ministério da Agricultura, o Ministério do Ambiente e da Acção Climática e o ICNF, pelos prejuízos causados” por aqueles animais selvagens.

LUSA


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