Por estes dias temos assistido a uma crescente crispação na sociedade por causa das comemorações da Revolução de Abril de 1974 que culminaram com o lançamento de duas petições, colocando de um lado os que estão contra e os que estão a favor.
Sendo “Abril” uma data maioritariamente consensual na sociedade portuguesa pelo nascimento da Democracia em Portugal, com a conquista de direitos outrora aprisionados pelo regime fascista de então, não faz qualquer sentido numa altura complicada como a que se vive agora alimentar a divisão e estarmos uns contra os outros com base em divisões ideológicas serôdias que em nada acrescentam ao nosso futuro. Antes pelo contrário.
Felizmente em Portugal não se tem assistido ao aumento do radicalismo, pese embora exista, à semelhança de outros países, e a Democracia tem-se mantido mais ou menos consolidada.
No entanto, os resquícios dos “tempos da outra senhora” continuam ainda bem patentes na sociedade portuguesa. O mesmo acontecendo nos Partidos Políticos, quer à esquerda, quer à direita.
As diferenças sociais em Portugal continuam bem vincadas a vários níveis e a Democracia, a Liberdade, a Igualdade, a Fraternidade, não tem sido igual para todos de 1974 até agora.
Ainda há muita gente em Portugal na sociedade e na política (à esquerda e à direita) que falam de Democracia e Igualdade, mas na prática a sua Democracia e a sua Igualdade é sempre maior que as dos demais. Coisa que já não deveria volvidos que estão 46 anos da Revolução.
Portanto, num tempo como este em que se pede União não faz sentido que a instância politica tenha optado pela radicalização do discurso colocando uns contra os outros ao mesmo tempo que se fazem exigências nunca antes pedidas aos cidadãos.
Falharam aqui claramente todos aqueles que com responsabilidades sociais/políticas acrescidas não tiveram o vislumbre da asneira que estariam a cometer. A sua experiência de vida e política devia ter sido mais lúcida, mais humilde e mais representativa. E não foi!
Certamente 95% da população portuguesa identifica-se com os valores de Abril. Certamente esses mesmos 95% da população não são contra as comemorações em 2020. Certamente estão contra a forma e não o conteúdo.
Exacerbar o discurso contra os que queriam que a coisa fosse, mas fosse diferente, são “birras”, “arrogâncias intelectuais”, por parte daqueles que supostamente têm andado distraídos e deixaram de entender a sociedade que os rodeia.
Abril é Liberdade! Não é o triste espectáculo que temos assistido!
Abril não pode ter “donos”, nem à esquerda nem à direita!
Abril é do POVO!
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