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Associações do Pinhal Interior pedem ao Governo para apoiar gerentes de empresas

2 de Abril 2020

As associações empresariais do Pinhal Interior queixam-se que o Estado se esqueceu dos gerentes das empresas nos apoios de Lay Off e apelam ao Governo para tomar as medidas necessárias para apoiar “quem de muito fez para que a economia do país continuasse a crescer”.

“A Associação Empresarial Serra da Lousã (AESL), a Associação Empresarial de Poiares (AEDP), o Clube de Empresários de Miranda do Corvo (CEMC) e o Núcleo Empresarial de Penela (NEP), em representação de todas as empresas suas associadas, oriundas do Pinhal Interior e, certamente, de todos os que estão preocupados com a sobrevivência das empresas em Portugal, em resultado da crise provocada pela COVID-19, apelam ao Estado que tome as medidas necessárias para que não se deixe de parte quem de muito fez para que a economia do país continuasse a crescer”, ou seja, “todas as pessoas que trabalham todos os dias para manter o tipo de negócios que até hoje empregam maior parte da população” , refere uma nota de imprensa.

“Temos visto o governo a lançar medidas, desde o começo da pandemia, garantindo apoio aos colaboradores que trabalham por conta de outrem e aos trabalhadores independentes, contudo verificamos que nestes apoios até hoje não foram ainda considerados os sócios-gerentes”, lamentam as associações empresariais do Pinhal Interior.

Afinal, “em Lay Off, com as empresas encerradas, vai ser necessário a quem emprega (empresas) continuar a pagar uma percentagem do rendimento dos seus colaboradores, cerca de 30%, pois o Estado apenas comparticipa com cerca de 70% do valor dos salários”.

Esta medida “vai originar uma imediata falta de liquidez para muitas empresas, que em muitos casos só será resolvida com a injeção de dinheiro particular dos sócios e gerentes na sociedade”, salienta a mesma nota, constatando que “primeiro a empresa tem de pagar aos seus colaboradores e só depois é que vão receber os apoios do Estado”.

“Importa também referir que grande parte do tecido empresarial funciona na base familiar com sócios-gerentes que lutam todos os dias para continuar a pagar os seus impostos e restantes obrigações, tendo estes também família para sustentar”, recordam as associações, questionando o Estado de que forma poderão sobreviver.

Afinal, “vão deixar de ter receitas nas suas empresas, mas vão ter de continuar a pagar muitas das despesas fixas (água, seguros, electricidade, rendas, entre outros) e os salários aos colaboradores e esperar pelos prometidos apoios do Estado na ordem dos 70%”.

“Para agravar toda esta situação, o Estado recusa-se a atribuir apoios para os salários dos sócios-gerentes”, o que pode levar muitas empresas a “fechar portas, seja por falta de clientes, seja por quebra das cadeias de abastecimento ou outras razões directamente relacionadas com a doença COVID-19”.

“Grande parte do tecido empresarial português já se encontra numa situação fragilizada muito devido aos efeitos da crise de 2008”, recordamos empresários, que mais uma vez se “vêem sozinhos, sem apoio para si próprios, nem para as suas famílias, que tanto dependem da facturação que a empresa realiza e que está muito reduzida ou mesmo parada”.

Frisando que “são estes os empreendedores que mantém Portugal a funcionar, visto que representam uma grande parte do seu Produto Interno Bruto, tanto no consumo, como no investimento e exportações”, as associações empresariais do Pinhal Interior pedem “ajuda para estas pessoas, para que possam continuar a lutar para manter o país a funcionar e a crescer”.


  • Director: Lino Vinhal
  • Director-Adjunto: Luís Carlos Melo

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