O concelho de Alvaiázere regista 25 casos confirmados de covid-19 e dois em vigilância, mas neste momento a maior preocupação da autarquia prende-se com o ensino à distância. Com várias zonas do concelho que não estão cobertas com rede de Internet, a Câmara Municipal e o Agrupamento de Escolas de Alvaiázere têm em mãos um problema que não conseguem resolver. A solução depende das operadoras, que têm ignorado os sucessivos pedidos e reclamações do município, juntas de freguesia, empresas e particulares.
“A realidade de Alvaiázere é muito diferente dos grandes centros urbanos, a nossa maior dificuldade prende-se com a falta de cobertura de Internet que obriga à deslocação de alguns jovens”, disse ao TERRAS DE SICÓ a presidente da Câmara Municipal, salientando que esta dificuldade atinge “várias manchas nas freguesias de Almoster, Maçãs de D. Maria e Pelmá”. Por isso, “mesmo que o município adquirisse hotspots, não serviriam de nada, porque não teriam cobertura de rede”.
Para Célia Marques, o facto de no concelho haver apenas “uma turma por ano, torna mais fácil arranjar recursos, mas a questão da Internet é mais difícil de resolver”, sendo este “um grande obstáculo para este sistema de ensino à distância”, que “infelizmente afecta alguns dos nossos jovens”.
Ainda assim, este é um problema que pode estar ultrapassado nos 1.º, 2.º e 3.º ciclos de ensino, onde “temos um número mais elevado de alunos que não têm cobertura de Internet na sua zona de residência”. Afinal, “o modelo de telescola abrange todo o território”, motivo pelo qual “não estamos focados em encontrar uma solução para estes níveis de ensino”.
O mesmo não acontece com o ensino secundário, onde terão de se encontrar soluções para assegurar o ensino à distância. Mas esta é uma dificuldade mais fácil de ultrapassar, uma vez que “o número de alunos do secundário residentes em áreas sem cobertura de Internet é efectivamente muito reduzido, pelo que penso que, juntamente com a escola, conseguimos encontrar facilmente uma solução”. Afinal, “estamos a falar de cinco jovens que não têm cobertura de Internet e sete sem computador”, revelou a autarca, que esteve à espera do “início do ano lectivo para perceber os problemas em concreto e as reais necessidades”.
“Neste momento ainda não temos nenhuma resposta criada, porque estamos a aguardar que a escola nos informe das reais necessidades das nossas crianças e jovens”, para posteriormente “reajustar, readaptar ou redefinir uma estratégia de actuação adequada às necessidades dos alunos”.
Preparar o futuro
Depois de tomar algumas medidas de apoio ao tecido económico e às famílias que vigoram no período de combate à covid-19, a Câmara Municipal de Alvaiázere já está a estudar algumas medidas para retomar a actividade económica no pós-pandemia.
“Já estamos a preparar o futuro, olhando para o nosso tecido económico e empresarial, de forma a percebermos que medidas de apoio podemos acrescentar para facilitar a actividade económica no nosso concelho”, revelou Célia Marques, salientando que “ainda não temos nada concluído”.
De referir que, na sequência na pandemia da covid-19, o município reduziu para metade as rendas da habitação social no concelho de Alvaiázere e isentou de pagamento as empresas com actividade suspensa.
Segundo uma nota divulgada pela autarquia, estas medidas têm efeitos retroactivos ao mês de Março e pretendem ser “mais um instrumento de apoio a famílias que apresentam situações de carência financeira”.
No âmbito do programa municipal de desenvolvimento da economia local, foi ainda decidida a isenção de pagamento às empresas instaladas na incubadora de negócios Alvaiázere+ que suspenderam actividade, sendo cobrada apenas metade da renda às que continuam em funcionamento.
De acordo com a informação municipal, as duas medidas significam uma redução de 12.000 euros na receita estimada para este ano.
Os utentes do lar Solar Dona Maria, em Carvalhal, na freguesia de Maçãs de D. Maria, com diagnóstico positivo para covid-19, “mantêm-se assintomáticos” e voltaram a “repetir o teste esta semana”, revelou a presidente da Câmara Municipal de Alvaiázere, que neste momento está a preparar outros espaços com algumas camas para reforçar a oferta já disponibilizada no Pavilhão Desportivo.
“Neste momento, estamos a preparar um espaço com algumas camas para reforçar a oferta já disponibilizada no Pavilhão Desportivo e em três apartamentos”, disse Célia Marques, adiantando que “estabelecemos também contacto com alguns alojamentos locais que estão disponíveis para receber pessoas e estamos a preparar outro espaço fora da sede de concelho para acolher mais algumas camas”.
Estes espaços vêm reforçar o hospital de campanha já instalado no Pavilhão Desportivo de Alvaiázere, com 30 camas, 20 das quais articuladas, referiu a edil, considerando que com este reforço o município fica com “um número considerável de camas e um refeitório” suficientes para enfrentar a pandemia.
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