O presidente do Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado, afirmou que a abertura à aviação civil da Base Aérea n.º 5 (BA5), localizada em Monte Real, concelho de Leiria, “pode vir a concretizar-se” e “mais rápido do que contamos”. A revelação foi feita no passado dia 10 de Março, durante a sessão de apresentação da hasta pública de arrendamento de 14 edifícios escolares do concelho de Pombal para fins turísticos.
A abertura da Base Aérea de Monte Real à aviação civil é “uma opção que pode vir a concretizar-se”, disse Pedro Machado, evidenciando que “se isso acontecesse seria extraordinário para esta região”.
“Neste momento, com o colapso do Aeroporto da Portela, em Lisboa, os operadores estão a ser empurrados para levar os charters para Beja, mas os operadores internos e as grandes empresas não querem ir para lá”, salientou aquele dirigente, adiantando que “preferem vir para Monte Real”.
“Por isso, sem querer fazer muito futurismo, nem muita futurologia, pode ser que tenhamos uma surpresa mais rápido do que nós próprios contamos”, referiu Pedro Machado, revelando-se “um adepto fervoroso de Monte Real”. “E se assim fosse todos ganharíamos”, reconheceu, solicitando, todavia, “algum optimismo moderado”.
“Não é que a região não pudesse estudar outras alternativas, mas não há dinheiro para tudo”, disse, salientando que “independentemente de todas as hipóteses que possam estar a ser desenhadas, aquela é concreta, custa 30 milhões de euros e colocava os aviões comerciais a aterrar e a levantar num curto espaço de tempo”.
Esta possibilidade poderá favorecer as futuras unidades de alojamento local a instalar em antigas escolas, que beneficiam ainda de uma “localização geográfica privilegiada” e “preços bastante competitivos”, podendo “responder às motivações e perfis dos novos turistas”, que procuram “infra-estruturas descentralizadas” e “a possibilidade de escolherem os seus espaços e criarem as suas experiências dentro das comunidades locais”.
Outra mais-valia para estes estabelecimentos é a Rede EuroVelo, que consiste numa via ciclável longitudinal que atravessa o país pelo litoral, ligando Portugal à Europa, através de 15 rotas com a extensão de 70.000 km. Esta rede “vai-nos permitir intensificar um dos nossos produtos premium, que tem vindo a granjear cada vez mais adeptos: o cicloturismo e a aptidão para o turismo activo”, realçou Pedro Machado.
Edifícios desde o mar à serra
O programa de arrendamento, em hasta pública, abrange 14 edifícios espalhados por sete freguesias que vão “desde o mar à serra, potenciando o que de melhor tem o nosso território”, salientou o vice-presidente do município, Pedro Murtinho, explicando que esta iniciativa pretende “dar uma boa utilização” aos vários edifícios escolares sem utilização.
Por outro lado, a conversão das antigas escolas em unidades de alojamento local “contribui para garantir a competitividade do concelho de Pombal e, acima de tudo, para qualificar o destino e potenciar o património natural e cultural, criando oportunidades para novos investimentos e infra-estruturas”.
De referir que as escolas a arrendar vão desde a serra, com edifícios nas freguesias de Abiul e Vila Cã, passando pela Redinha, que beneficia do IC2 como porta de entrada no concelho, seguindo para o Louriçal e Carriço, no corredor rodoviário da EN 109 que permite aproveitar a potencialidade de estar próximo do mar, e finalmente a região de Alitém, onde se pode tirar partido da riqueza natural.
Assim, os interessados em arrendar aqueles espaços de várias tipologias (T1, T2 e T3), poderão enviar as suas propostas até 31 de Março, sendo que o valor base de licitação varia entre 50 euros (T1 – uma sala), 75 euros (T2 – duas salas) e 100 euros (T3 – três salas). A abertura das propostas acontece a 9 de Abril, no Salão Nobre dos Paços do Município.
CARINA GONÇALVES
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