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Penela: Associações empresariais “exigem pacote de medidas de apoio urgente”

17 de Março 2020

As associações empresariais de Penela, Lousã, Miranda do Corvo e Vila Nova de Poiares consideraram, hoje, “francamente insuficientes para a maioria dos empresários” as medidas tomadas pelo Governo para o sector no âmbito da pandemia de coronavírus.

“Uma vez que 80% das empresas são microempresas, com até cinco trabalhadores e volume de negócios até 200.000 euros/ano, o encerramento das escolas e situações em que os colaboradores tenham que se confinar em casa vão afectar o seu funcionamento ao ponto de serem obrigados a encerrar, situação que na maior parte das vezes se vai transformar num encerramento total da actividade”, refere um comunicado do Núcleo Empresarial de Penela (NEP), Associação Empresarial Serra da Lousã (AESL), Clube de Empresários de Miranda do Corvo (CEMC) e Associação Empresarial de Poiares (AEP), que “representam mais de 3.000 empresários, com um volume de negócios aproximadamente de 900 milhões de euros de facturação”.

Segundo Carlos Alves, presidente AESL, “estamos perante uma situação grave, alguns empresários, preocupados com os seus colaboradores, clientes e familiares, estão por sua conta e risco, a optar de forma voluntária  por encerrar os seus estabelecimentos como medida preventiva, assumindo os pagamentos aos colaboradores, fornecedores e outros, incorrendo em dificuldades para honrar os seus compromissos”: O dirigente sublinha que “grande parte destas micro e pequenas empresas não dispõem de tesouraria para aguentar mais de duas semanas nesta situação”.

No mesmo comunicado, as associações referem que “nos últimos dias temos assistido aos recordes de vendas das grandes empresas, enquanto o pequeno comércio, com uma estrutura mais frágil, comparativamente, sente necessidade de fechar, por prevenção, por precaução, porque os seus colaboradores têm filhos e é necessário ficar em casa”.

“Não nos esqueçamos que muitas destas pequenas empresas são negócios familiares, criados a partir do esforço de uma vida inteira dedicada à sua comunidade, contribuindo de forma sustentada para a economia local”, é salientado na mesma nota.

De acordo com Alfredo Simões, presidente do NEP, “é nesse sentido que consideramos imperativo que o governo estabeleça rapidamente um pacote de medidas de apoio específicas a estas micro e pequenas empresas, para que estas possam ser capazes de efectuar os pagamentos aos seus colaboradores e fornecedores. Que haja uma franca articulação entre o governo e a banca, de modo a prorrogarem as obrigações bancárias e através de injecção de capital, para o apoio destas micro e pequenas empresas”.

Para o líder do CEMC, Hugo Serra, “é difícil escolher entre o mal menor, mas acreditamos que quanto mais depressa tomarmos medidas drásticas e com impacto a nível nacional e a todos os sectores, mais depressa se retorna ao normal funcionamento e com consequências menores para as pessoas, economia e empresas”.

Preocupado com a situação, o presidente da AEP, Paulo Carvalho, refere que “quanto às empresas, estamos aqui para as apoiar e esclarecer, na medida do possível, apelamos ao bom senso, civismo e a união social, pois estamos a deparar-mo-nos com algo que não conseguimos ver e identificar por forma a evitar a infecção”.

As associações exigem que o governo “estabeleça rapidamente um pacote de medidas de apoio específicas e declare o estado de emergência para que o controlo e erradicação desta pandemia seja o menos demorado possível”, reafirmando que “os empresários precisam saber com o que podem contar no final do mês de forma a ficarem mais descansados”.


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