O que está a acontecer no mundo é brutal. Começámos por ver à distância, lá longe na China, um drama que não compreendíamos bem, apesar de perceber que construir um hospital numa dúzia de dias indicaria que algo de muito especial estaria a acontecer.
Esta pandemia do Covid-19 está a introduzir novos hábitos de vida e novas formas de encarar a vida. Hoje, toda a sociedade está assustada. Em nome de uma causa que poderá ser evitar uma enorme tragédia, decidiu viver isolada em suas casas longe dos amigos e da família mais próxima. Percebemos que o maior problema é a falta de recursos no sistema de saúde que não conseguirá aguentar o número de infectados com maior gravidade. Esta falta de recursos, segundo as previsões estatísticas, vai acontecer inevitavelmente nos próximos dias, tal como aconteceu em Itália e já está a acontecer em Espanha, onde morrem centenas de pessoas por dia.
Este surto que parou o comércio, as escolas, fábricas e serviços públicos deixou-nos atordoados e provoca na sociedade vários sentimentos. Desde logo, há um sentimento de impotência. Isto pode tocar a todos. Depois, invade-nos também um sentimento de humildade porque afinal, somos mesmo todos iguais e dependemos mesmo uns dos outros, independentemente do que façamos ou sejamos. Esta pandemia vai provocar danos na saúde e na vida de muitas pessoas, bem como um rombo enorme na economia do mundo e por consequência na nossa economia nacional. Por outro lado, é verdade que estes novos hábitos que passam por não viajar, desde logo, deram um vigor novo ao ambiente do planeta, à qualidade do ar e à valorização do tempo e da família, porque, de repente, a vida travou abruptamente.
Nesta altura em que escrevo este artigo, apelo a que todos fiquem em casa, a não ser que sejam chamados para trabalhar em sectores que são imprescindíveis para o funcionamento básico do País, ou para ir buscar alimentos e medicamentos. É preciso respeitar distâncias de segurança e não colocar ninguém em risco. Se o fizermos, indirectamente salvaremos vidas e evitaremos o drama que se vive em Itália. Para isso, todos precisamos de agir individual e colectivamente. Sobre o modo como as autoridades não preparam o que aí vinha, sabendo o que estava a acontecer na China há mais de dois meses, talvez valha a pena falar mais tarde.
Por agora, estamos em guerra e provavelmente a viver um momento que ficará na história do mundo, pelas piores razões. Afinal, somos muito mais vulneráveis do que pensávamos.
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