Acetatos, precisam-se! O apelo chega da Junqueira, no concelho de Ansião, onde a empresa Madeiras e Companhia meteu mais à obra e começou a produzir viseiras para distribuir gratuitamente pelos profissionais de saúde envolvidos no combate à Covid-19.
A falta de matéria-prima é nesta altura o maior problema no gesto altruísta de Guilherme Lopes, o responsável pela firma dedicada à produção digital e que adaptou a maquinaria para conseguir produzir viseiras.
“A nossa dificuldade sempre foi a matéria-prima, não começámos a produzir as viseiras mais cedo porque não tínhamos material, contactámos vários fornecedores, mas não há para venda, não existe stock”, afirma o gerente ao TERRAS DE SICÓ, explicando que a ideia de avançar nesta ajuda nasceu no seio de uma comunidade na rede social Facebook que procura “arranjar soluções em conjunto” para diversas situações. Conseguir produzir uma viseira para os profissionais de saúde em tempos de pandemia, quando delas há muita necessidade, foi a mais recente.
Várias versões de viseira foram testadas nos hospitais de Leiria e Lisboa, até se chegar à versão final que já leva cerca de duas centenas produzidas.
Uma outra empresa de Ansião – a Friesen – contribuiu nos últimos dias com dezena e meia de chapas de acrílico de três milímetros, e pode disponibilizar mais, mas a maior dificuldade agora é conseguir acetatos de tamanho A4.
“Com o material que temos conseguimos produzir mais cerca de 1.200 viseiras até ao final da semana, mas vamos chegar a um ponto em que vamos parar porque estamos a ficar sem acetatos”, lamenta Guilherme Lopes, apelando a quem possa ceder o referido material que o faça, contactando a empresa pelo telefone 913 717 662 ou e-mail madeirasecompanhia.geral@gmail.com.
Das viseiras entretanto produzidas já usufruem profissionais nas unidades Covid-19 dos Hospitais da Universidade e dos Covões, em Coimbra, Bombeiros Voluntários de Ansião, Santa Casa da Misericórdia de Penela, entre outras instituições.
“Estamos a colmatar as faltas existentes e quando nos pedem, estamos a fazer todo o possível para ajudar”, afirma o gestor, salientando que “o negócio da empresa parou, porque a minha parte humana está a falar mais alto, estou 100% a trabalhar nas viseiras e mesmo tendo clientes à espera de encomendas vou continuar a produzir até ter material e haver necessidade delas”.
Guilherme Lopes realça que está a trabalhar gratuitamente, “não estou a cobrar nada a ninguém, tive vários pedidos para vender viseiras, mas não vendo uma única, estou só a doar”, reforça.
O jovem empresário de 26 anos, há cerca de dois à frente da recém-criada empresa, mostra alguma preocupação com a crise económica saída da pandemia, no entanto está convicto de que “vamos conseguir superar a situação, o Universo não se esquece de nós e vamos continuar a trabalhar para que as coisas corram bem”.
“Se houver saúde e vontade para trabalhar tudo se faz”, remata.
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