O vereador Michael António alertou para o estado de degradação do Bairro Social Margens do Arunca, que apresenta um “aspecto completamente miserável para um equipamento que tem apenas 12 anos”, defendendo “intervenções de fundo” naquele espaço habitado por famílias de etnia cigana. A advertência foi feita na reunião de executivo camarário do passado dia 14 de Fevereiro, no âmbito da aprovação da abertura de concurso para a atribuição de sete habitações sociais nos Bairros São João de Deus e Margens do Arunca.
“É indescritível o estado de conservação em que se encontra o Bairro Social Margens do Arunca”, denunciou Michael António, que visitou recentemente aquele local, tendo inclusivamente entrado em algumas habitações. “Mas não é preciso entrar para ver o estado em que está o bairro”, referiu o eleito pelo movimento Narciso Mota Pombal Humano, salientando que “do exterior são visíveis humidades, infiltrações e infestações, bem como automóveis descascados e sem portas nem vidros”. Já no interior dos edifícios encontrou “infiltrações de água, instalações eléctricas completamente a rebentar, ligações directas que fazem disparar o quadro e quadros eléctricos sem tampas”, enumerou, constatando que “de um modo geral o bairro social está ao abandono e não vejo que a fiscalização tenha actuado”.
Desta forma, o vereador advertiu para o “aspecto completamente miserável” daquele equipamento municipal, recomendando “uma intervenção de fundo” sob pena da deterioração continuar a intensificar-se.
Certo de que as intervenções necessárias representarão “um custo significativo”, Michael António propõe também uma “fiscalização apertada”, obrigando os residentes a cumprirem o regulamento, uma vez que “é evidente que há uma utilização indevida por parte dos moradores”.
“É uma situação que me preocupa imenso”, admitiu a vereadora Ana Cabral, defendendo que os problemas deste bairro social, que “se arrastam há alguns anos”, se devem ao “desrespeito dos habitantes pelos seus apartamentos”. Por isso, garante que está a trabalhar nesta matéria, com vista a “intervir também com as famílias no sentido educativo, não só nos cuidados com os apartamentos, mas também com todo o espaço circundante”. Afinal, “o bairro precisa de uma intervenção de fundo, não só em termos estruturais, mas também em termos sociais e educativos”, sublinhou a vereadora com o pelouro da Acção Social, convicta de que “se intervirmos apenas no espaço físico, daqui a alguns anos o bairro está igual, logo temos de trabalhar as duas áreas em simultâneo”.
Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal destacou o “esforço municipal para dar condições habitacionais a estas pessoas”, alegando que “em 55 habitações do Bairro Margens do Arunca, o Município de Pombal não recebe 1.000 euros de renda por mês”. Diogo Mateus advertiu ainda que “apesar da dignidade habitacional ser boa, ela não serve de muito se o comportamento dos cidadãos no uso desse património não for o mais adequado”.
De referir que estas condições de degradação não se verificam no Bairro Social São João de Deus, onde os moradores respeitam o regulamento e zelam pelo espaço público.
Sete habitações sociais a concurso
Esta discussão aconteceu numa altura em que a Câmara Municipal de Pombal se prepara para abrir concurso para a atribuição de 7 fogos de habitação social nos bairros sociais São João de Deus e Margens do Arunca.
O concurso, que estará aberto de 26 de Fevereiro a 8 de Abril, destina-se a famílias e indivíduos isolados, que se encontrem em situação de vulnerabilidade social e com necessidades de habituação.
De salientar que estão disponíveis dois fogos de tipologia T2 e quatro T3 no Bairro São João de Deus, bem como um T3 nas Margens do Arunca, informa a autarquia, salientando que o regulamento e os questionários para as habilitações a concurso já estão disponíveis, podendo ser levantados, gratuitamente, durante o horário de expediente das 9h00 às 16h30, no balcão de atendimento “Fórum Munícipe”, sito no edifício dos Paços do Concelho, ou no portal do Município de Pombal.
CARINA GONÇALVES
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