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Leiria: Reclusos com formação na área digital para melhor reinserção na sociedade

12 de Fevereiro 2020

O Ministério da Justiça, em parceria com a Cisco Systems Portugal, vai realizar dois cursos na área digital no Estabelecimento Prisional de Leiria – Jovens, com o objectivo de contribuir para uma melhor reinserção dos reclusos na sociedade.

O Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ), a Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), o Centro Protocolar da Justiça e a Cisco Systems Portugal assinaram hoje um protocolo para a concretização do Projecto Social de Capacitação de Reclusos na área digital.

“Capacitar os cidadãos reclusos através da formação profissional é uma obrigação fundamental do Ministério da Justiça. Devemos dar todas as oportunidades aos nossos concidadãos que se encontram privados da liberdade para mudar de vida e se aproximarem dos padrões normais de vida em sociedade”, disse o secretário de Estado Adjunto e da Justiça, Mário Belo Morgado.

À margem do evento, o secretário de Estado acrescentou que “um sistema prisional moderno não pode deixar de ter um foco muito evidente na ressocialização e na prevenção da reincidência”.

“Nesta medida, a par do desporto e do trabalho prisional, a formação é absolutamente fundamental. Numa sociedade dominada pelas novas tecnologias de comunicação, é fundamental dar um salto relativamente ao tipo de formação tradicional e apostar muito claramente em tudo o que tem a ver com o mundo digital. Se a formação dos reclusos for direccionada para estas áreas, a sua inserção no mercado de trabalho será muito mais fácil”, sublinhou Mário Belo Morgado.

O Estabelecimento Prisional de Leiria – Jovens (antiga prisão-escola) foi seleccionado como piloto deste projecto, que tem como objetivo estender-se a centros educativos e a outros estabelecimento prisionais de adultos.

O director da DGRSP, Rómulo Augusto Mateus, considerou este projecto uma “revolução tranquila, que vai entrando nas cadeias de mansinho”.

“A literatura ensina-nos que a prisão vai conduzindo a uma infoexclusão das pessoas que estão presas. Hoje, estar fora do mundo digital é meio caminho andado para se perder uma importante quota parte de emprego, quando se regressa à sociedade”, constatou Rómulo Augusto Mateus.

Segundo explicou, vão ser formadas duas turmas, que terão o acompanhamento de um formador presencialmente durante três meses, numa sala com computadores com ligação à internet.

Segundo o director-geral da Cisco, Nuno Guarda, a empresa vai disponibilizar gratuitamente dois cursos: Um “mais próximo daquilo que é a literacia digital, que ensina as pessoas sobre o que é a ‘social media’ ou por que é importante ter um perfil no ‘Linkedin’ para encontrar trabalho”, que terá a duração de 20 horas.

O outro curso é de introdução à cibersegurança e pretende “sensibilizar os estudantes para a problemática da cibersegurança, explicando-lhes o que são ameaças e ataques, dando bagagem intelectual sobre o que se deve saber” e tem uma duração estimada de 15 horas.

“Nós disponibilizamos os conteúdos, a plataforma e as ferramentas, e será um formador do Centro Protocolar da Justiça que irá ficar responsável pela formação”, informou ainda Nuno Guarda.

O projecto “embrionário” foi pensado para dar qualificação aos recursos mais qualificados da tutela, como a Polícia Judiciária, revelou o director do IGFEJ, Joaquim Carlos Rodrigues, sublinhando, contudo, que “desde a primeira hora”, o objectivo foi “alargar à população prisional e dar-lhe uma maior capacitação para poder no futuro ter mais facilidade no acesso ao mercado de trabalho”.

LUSA


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