A Câmara de Condeixa tem em estudo a criação de uma empresa municipal para a Cultura, cujo objectivo é gerir os museus municipais, nomeadamente o PO.RO.S – Portugal Romano em Sicó, e “alguns eventos culturais de maior monta”.
O presidente da edilidade, Nuno Moita, adiantou ao TERRAS DE SICÓ que um estudo detalhado já fora feito aquando da abertura daquele museu, há cerca de três anos, mas está agora a ser revisto, face à nova legislação e a incluindo também a organização de eventos dedicados à cultura.
“Uma empresa municipal na área da cultura e dos eventos culturais tem vantagens em termos fiscais e permite uma gestão mais flexível dos recursos humanos. Estamos a estudar o impacto da medida e as possibilidades de sucesso, mas estamos em crer que o caminho é este”, sustenta o autarca.
O museu PO.RO.S e a Casa Museu Fernando Namora, bem como a recriação romana “O Vislumbre de um Império” ou outras, são referidos pelo presidente da Câmara de Condeixa como exemplos cuja alçada passará para a possível nova empresa, que Nuno Moita gostaria de ver formalizada até ao final do mandato em 2021.
Sustentabilidade financeira
A presença de Condeixa em feiras de turismo, divulgando o museu PO.RO.S, como aconteceu recentemente na FITUR, em Madrid (Espanha), visa atrair cada vez mais público aquele espaço inaugurado em 2017. O objectivo é atingir os 35.000 visitantes por ano, número que um estudo de viabilidade realizado aponta como mínimo para assegurar a sua sustentabilidade financeira. Actualmente o museu recebe 22.000 visitantes/ano, o que “é extraordinário para um museu municipal”, mas não chega.
“Estamos a fazer tudo para que o PO.RO.S se torne sustentável, para agilizar e autonomizar a sua gestão, para que cada vez menos a câmara municipal contribua em termos financeiros para o seu funcionamento”, frisa o autarca.
Nuno Moita lamenta que, “infelizmente”, seja a Câmara a suportar “todos os encargos financeiros” da gestão daquele equipamento, “apesar das tentativas que temos feitos junto da Turismo do Centro, Turismo de Portugal e Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional para que haja algum apoio directo ao Eixo da Romanização”.
“Acho que o Eixo da Romanização merecia outro tratamento, um fundo específico, comunitário, como existe noutras áreas, e penso que o próximo quadro de fundos europeus deveria contemplar um apoio destinado a este eixo”, insiste o edil.
Para já, sem esse auxílio financeiro, “a Câmara, dentro das suas possibilidades orçamentais, está a fazer tudo para trazer mais visitantes ao PO.RO.S”, visando assegurar a sua sustentabilidade para poder avançar com a referida empresa municipal.
LUÍS CARLOS MELO
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