Em 1182, D. Fuas Roupinho, numa das suas caçadas, ia atrás de um veado e no Sítio da Nazaré, por causa do nevoeiro, ia-se precipitando no penhasco, implorando protecção a Nossa Senhora para que o salvasse da morte.
Ao que se sabe os habitantes de Penela, logo que souberam deste milagre, que foi amplamente divulgado pelo reino, logo se deslocaram ao Sítio com o Círio e Bandeira, sendo o Círio de Penela, um dos mais antigos e importantes do Sítio da Nazaré.
Por iniciativa da Câmara Municipal da Nazaré e da Confraria de Nossa Senhora da Nazaré, está em curso um processo de candidatura deste culto a Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO, em conjunto com o governo do Estado do Pará, no Brasil.
Assim no âmbito deste processo, decorreu entre 24 e 26 de Janeiro, o 1.º Encontro Internacional de Comunidades devotas de Nossa Senhora da Nazaré, no Sítio da Nazaré, com vários colóquios onde foi apresentada a candidatura e a necessidade de manter vivas as práticas e manifestações do culto a N.ª Sr.ª da Nazaré.
Este encontro contou com a presença de vários oradores, como o presidente do Município da Nazaré, Walter Chicharro; presidente da Confraria de N.ª Sr.ª da Nazaré, Nuno Batalha; arcebispo metropolitano de Belém do Pará, D. Alberto Taveira Corrêa; reitor do Santuário do Sítio, padre Paola Lagatta; reitor da Basílica Santuário de Belém do Pará, padre Luiz Carlos; presidente da comissão executiva da candidatura, Carlos Medeiros; e Laborinho Lúcio, membro da comissão de honra, entre outros.
Penela esteve presente nesta jornada destacando-se no domingo na eucaristia na qual marcaram presença o cardeal patriarca de Lisboa, o arcebispo de Belém do Pará, o reitor do Santuário do Sítio, entre outros sacerdotes, e onde foi feita uma referência à importância do Círio de Penela.
De tarde, e na continuação dos trabalhos, foram lançadas as bases para a constituição de uma Rede Internacional das Comunidades Devotas de Nossa Senhora da Nazaré, com a Carta de Princípios, subscrita pelos representantes da Confraria N.ª Sr.ª da Nazaré, Círio de Belém do Pará, Círio da Prata Grande, Círio de Penela e Círio da Ribeira de Frades, onde reconheceram que o culto a Nossa Senhora da Nazaré é um dos cultos marianos mais antigos de Portugal, com mais de 800 anos de história e numa devoção ininterrupta, de forma individual e colectiva, que se espalha por cerca de 400 comunidades.
“Este culto é hoje uma manifestação de Património Cultural Imaterial viva e de enorme importância, com ecos um pouco por todo o mundo, concentrando em Portugal e no Brasil as manifestações mais icónicas dessa devoção com claras ligações históricas e simbólicas. Uma tradição espiritual histórica e socialmente relevante, com vivências altamente diferenciadoras, mas com potencialidades de ser um factor de união entre povos e comunidades”, lê-se na carta de princípios.
O documento refere-se, ainda, à dinâmica de mobilização e envolvimento de comunidades devotas de Nossa Senhora da Nazaré e a futura Rede Internacional das Comunidades Devotas de Nossa Senhora da Nazaré propõe-se promover o diálogo e a aproximação entre comunidades devotas, em toda a sua universalidade e pluralidade; à salvaguarda e promoção do património ligado às práticas e manifestações associadas a este culto mariano, incluindo o património cultural imaterial; à reactivação deste culto em locais onde este já existiu, mas onde, com o passar dos tempos, se foi perdendo; à transmissão inter-geracional destas práticas e manifestações; e promoção de Nossa Senhora da Nazaré como padroeira de comunidades em processo de evangelização no sentido da difusão dos valores cristãos inerentes à Mensagem de Nossa Senhora da Nazaré.
Destaque também para as posições de dois dos oradores dos painéis. Laborinho Lúcio, membro da comissão de honra da candidatura, afirmou que esta celebração do culto mariano de N.ª Sr.ª da Nazaré “já é património cultural imaterial da humanidade. Procura-se o reconhecimento do título”.
“Este património espiritual partilhado, que une povos e gerações no espírito da paz e da esperança, merece ser preservado e promovido”, disse Walter Chicharro, presidente da Câmara da Nazaré, acerca desta acção que faz parte do processo de candidatura do culto a património imaterial da humanidade, junto da UNESCO.
Um desafio para todos certamente e assim a candidatura das práticas e manifestações do culto a Nossa Senhora da Nazaré à Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade, da UNESCO, vai ser aceite e sair vencedora.
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