A Câmara de Coimbra vai debater, na quinta-feira, a instalação de um elevador junto das Escadas Monumentais, para melhorar a mobilidade entre a Praça da República e o Pólo I da Universidade.
O executivo municipal de Coimbra vai analisar e votar, na sua próxima reunião, agendada para quinta-feira, “um estudo de melhoria das acessibilidades entre a Praça da República e a Praça Dom Dinis [no Polo I da Universidade], que passa por facilitar a subida e a descida das Escadas Monumentais através da instalação de um meio mecânico”, anunciou hoje a autarquia.
“O estudo aponta que a solução mais confortável e inclusiva, também para pessoas com mobilidade reduzida, é a instalação de uma torre de elevadores verticais na encosta lateral direita das escadas”, afirma a câmara, numa nota enviada hoje à agência Lusa.
O projecto permitirá também, salienta a autarquia, “reduzir o tempo/distância de ligação pedonal entre a futura paragem do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM) na Praça da República” (junto ao Teatro Académico de Gil Vicente) e o Polo I da Universidade de Coimbra, na Alta histórica da cidade, classificada Património da Humanidade.
Segundo a câmara, estão em curso “vários procedimentos para a implementação do SMM, uma rede de autocarros eléctricos (‘metrobus’) que vai ligar Serpins (Lousã) e Coimbra B” (adoptando o trajecto da desactivada ferrovia da Lousã), com uma linha urbana até ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, numa extensão total de 42 quilómetros.
A linha do hospital terá uma paragem na Praça da República, junto ao Teatro Académico de Gil Vicente, que fará o transbordo dos passageiros que pretendam ir para o Polo I da Universidade, refere o município, que quer “tornar este curto trajecto mais confortável e inclusivo”.
A instalação de elevadores verticais na encosta lateral direita das Monumentais apresenta-se como a melhor solução, designadamente por constituir um “único sistema que, por si só, sem qualquer tipo de adaptações ou complemento”, garante “todas as necessidades associadas à mobilidade de cadeiras de rodas, carrinhos de bebé e bicicletas, entre outros”, sustenta a câmara.
Esta é também “a solução que possui maior facilidade de instalação, mais baixos custos de manutenção e cujos componentes mecânicos dos equipamentos se localizam integralmente no interior de um elemento construído, não ficando assim expostos às adversidades meteorológicas”, acrescenta.
Para atenuar a presença do elevador no local, está previsto o reforço da arborização da encosta, que contribuirá para “a agradabilidade do local” e para dar “o maior protagonismo para o elemento histórico mais relevante”: as Escadas Monumentais.
O estudo prevê também, por exemplo, o reposicionamento, no acesso inferior às escadas e ao futuro elevador, conferindo-lhe “grande destaque e protagonismo”, da escultura ‘Peço a Palavra!’, de Carlos Ramos, inaugurada no dia 17 de Abril de 2019, nas comemorações dos 50 anos da Crise Académica de 1969.
Está igualmente previsto, por outro lado, o restauro e “enquadramento do quiosque antigo, que se julga edificado no início da década de 40 do século passado”, localizado no topo das escadas.
O projecto de execução deste estudo resultará da articulação entre o município, a Universidade de Coimbra e a Metro Mondego (responsável pelo SMM), adianta a câmara.
As emblemáticas Escadas Monumentais – um dos principais palcos da contestação estudantil e da carga policial na Crise Académica de 1969 –, com 125 degraus, foram construídas no âmbito da operação urbanística desencadeada pelo Estado Novo, nas décadas de 1950 e 1960, que levou à destruição de grande parte da Alta histórica de Coimbra, para nela ficarem concentradas as faculdades e serviços da universidade.
LUSA
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