A Câmara Municipal de Alvaiázere aprovou a delimitação da Área de Reabilitação Urbana (ARU) de Ariques, com vista a renovar aquele aglomerado que integra a Rede das Aldeias de Calcário, informou a autarquia num aviso publicado no passado dia 24 de Janeiro.

“O aglomerado de Ariques (localizado na freguesia de Almoster) foi identificado para englobar a Rede das Aldeias de Calcário, projecto de intervenção da responsabilidade da Associação de Desenvolvimento Terras de Sicó”, que desta forma pretende desenvolver “produtos turísticos ímpares, que promovam a Serra de Sicó, pela conjugação dos valores naturais e patrimoniais existentes, com os produtos endógenos da região”, explica a memória descritiva do projecto, salientando que a necessidade de delimitar a área de reabilitação urbana de Ariques visa operacionalizar a renovação daquele espaço.

Desta forma, a ARU constitui-se “não só como um instrumento de planeamento das intervenções de reabilitação física e regeneração socioeconómica da aldeia, numa perspectiva de desenvolvimento turístico, mas também como um factor de protecção e preservação do carácter identitário da mesma”.

A escolha de Ariques para integrar a Rede das Aldeias de Calcário deve-se ao facto de ser “uma ‘aldeia’ habitada (13 residentes segundo os Censos de 2011), por ainda manter um carácter característico das aldeias da Serra de Sicó e pela sua envolvente natural, onde se conjugam matas de carvalho cerquinho, com a azinheira, o sobreiro e olivais milenares”.

Por sua vez, a ARU de Ariques propriamente dita “constitui um pequeno aglomerado urbano de características rurais, com um parque edificado muito degradado e quase exclusivamente vocacionado para os usos residenciais, complementado por construções de apoio a actividades agro-pecuárias de subsistência”.

Com aproximadamente 6,2 hectares, a ARU de Ariques integra a malha urbana estruturada pela Estrada de Santiago, pela Rua da Escola e pela Rua da Chã, refere a memória descritiva, adiantando que o parque edificado é constituído por um total de nove edifícios clássicos, que correspondem a outros tantos alojamentos, seis dos quais de residência habitual, que são, na quase totalidade (83%), propriedade dos ocupantes”. Dos restantes três edifícios, um alojamento está vago e dois são de segunda habitação.

No levantamento de campo efectuado no âmbito dos trabalhos de delimitação da ARU foram identificados 34 edifícios, 42% dos quais afectos ao uso residencial, e os restantes direccionados para outros usos, nomeadamente arrumos. Destes, 28 edifícios são anteriores a 1980, 17 estão vagos e cerca de 40% são construídos em alvenaria de tijolo/blocos de betão, sendo os restantes constituídos por alvenaria de pedra, os quais estão em ruínas.

“O relativo envelhecimento do parque edificado traduz-se em quatro edifícios com necessidades urgentes de reparação e 18 com necessidade de algum tipo de reparações”, acrescenta a memória descritiva da ARU de Ariques, sublinhando que “foram ainda identificados 13 edifícios como estando em ruína”, o que evidencia “a dimensão do problema da degradação física deste aglomerado”.

Neste sentido, a delimitação da ARU de Ariques tem como objectivos estratégicos contribuir para a reabilitação do parque edificado, qualificação da rede de espaços públicos e das infra-estruturas urbanas, bem como revitalização socioeconómica do aglomerado urbano.

Desta forma, os proprietários que pretendam reabilitar os seus edifícios ou fracções localizadas na ARU de Ariques podem usufruir de “benefícios fiscais e outros incentivos à reabilitação urbana, nomeadamente incentivos financeiros” a conceder por parte do Município.

De referir que além de Ariques, a Rede das Aldeias de Calcário é constituída por cinco outros aglomerados, nomeadamente Casmilo (Condeixa), Chanca (Penela), Pombalinho (Soure), Granja (Ansião) e Poios (Pombal).

CARINA GONÇALVES