O presidente da Câmara Municipal, Diogo Mateus, considera que “concelho de Pombal apresenta muito boas condições” para acolher um possível aeroporto a construir de raiz na zona Centro do país. Estas declarações foram feitas após a Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra ter reunido com o Governo para discutir a localização de uma nova infra-estrutura aeroportuária, que segundo estudos já efectuados, deverá ficar situada a sul de Coimbra e a norte de Leiria.

De acordo com estudos encomendados pela Câmara de Coimbra, a abertura da Base Aérea de Monte Real (BA5), no concelho de Leiria, ao tráfego civil “é inexequível” pois implicaria, designadamente por razões de segurança, “um investimento mais oneroso do que a construção de uma pista nova”. E o projecto de instalação de um aeroporto no concelho de Coimbra, através da ampliação do aeródromo municipal Bissaya Barreto revela-se igualmente inviável pois, também esta possibilidade envolveria “mais custos do que a construção” de uma nova infra-estrutura. Por isso, os mesmos estudos já efectuados apontam para a construção de um aeroporto de raiz numa área situada “a sul de Coimbra e a norte de Leiria”, revelou Manuel Machado, presidente da autarquia conimbricense, antes de se reunir com o Governo.

Ora “a norte de Leiria e a sul de Coimbra existem os concelhos de Pombal, Soure e Condeixa”, constatou Diogo Mateus, defendendo que “Pombal tem muita vantagem, porque estamos no meio”. Além disso, o autarca entende que “em Condeixa o aeroporto não cabe e Soure tem o problema do Mondego”, que fará desta uma opção “mais arriscada que a do Montijo”, uma vez que as alterações climáticas aumentam a probabilidade de “inundações”. Por outro lado, o facto do concelho de Pombal se situar a “30 quilómetros da área de influência da Base Aérea de Monte Real” é outra mais-valia.

Por estas razões “parece evidente que, a sul de Coimbra e a norte de Leiria, o território do concelho de Pombal apresenta muito boas condições para acolher o novo aeroporto”, realçou Diogo Mateus, advertindo que “temos de dar tempo ao tempo”.

Mesmo consciente da “importância que possa significar um aeroporto nas proximidades”, o edil alerta para a possibilidade de “podermos estar a ser enganados” pelo Governo, que tem vindo a alimentar a esperança e a “disputa entre Coimbra, que é presidida por um socialista, e Leiria, que é presidida por outro socialista”. Mais uma vez, Pombal “está no meio e não é PS”, o que para Diogo Mateus pode ser mais uma vantagem.

Também Narciso Mota defende que a localização de um possível novo aeroporto no concelho pombalense seria uma boa aposta. Afinal, trata-se do “maior concelho em área territorial no distrito de Leiria”, é atravessado pelas “principais vias de comunicação” e “fica entre Coimbra e Leiria e entre Lisboa e Porto”. A estes trunfos junta-se ainda o facto de o concelho já ter um aeródromo no Casalinho, “com uma pista de com cerca de 900 metros, que teríamos de aumentar”, e localizado numa “zona onde não há casas por perto e está ao abandono em termos de sector primário”.

CARINA GONÇALVES