17 de Janeiro de 2025 | Quinzenário Regional | Diário Online
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Paulo Júlio

Estudar ou Agir, eis a questão!

24 de Janeiro 2020

O assunto do aeroporto está ao rubro. Não sei se, mais uma vez, para entreter ou para se concretizar. Há cerca de três anos atrás, o assunto foi trazido pelo então Presidente de Câmara de Coimbra e candidato, uma vez que tinha estudos que tornavam viável um aeroporto em Cernache. Não sei se isso o ajudou ou não a eleger, mas que ajudou a fazer ruído e a tirar atenção para o que são os principais problemas locais e regionais, não tenho dúvidas. Há uns dias atrás, soubemos oficialmente que Cernache não pode ser aeroporto. É assim que se perde credibilidade política, embora uns sejam sempre mais resistentes do que outros.

Entretanto, em vez de nos concentrarmos numa solução viável e que nos sirva, andam alguns entretidos com a nova localização. Algures entre Pombal e Soure, mais para baixo ou talvez mais para cima. A mim, pessoalmente, até me dava jeito. Mas, isto não é para dar jeito, é para ter viabilidade, é para ter o menor impacto nas contas públicas e é para desenvolver a região Centro. Neste capítulo, se houver estudos que provem que não será mais um assunto para entreter, a base aérea de Monte Real facilmente poderá também dar lugar a uma infra-estrutura que sirva a sociedade civil. Esta é uma localização que fica perto de Fátima, perto de Leiria, perto de Coimbra e da Figueira da Foz e que tem, havendo boa concertação política entre as várias entidades públicas, fortes possibilidades de ser concretizada. Fala-se deste assunto há décadas. Vários governos prometeram e nunca foi realidade, por condicionalismos mais ou menos conjunturais. É certo que será sempre um aeroporto regional. Mas, também é certo que será a única possibilidade exequível e séria.

A localização de um aeroporto na Região Centro, de um país como Portugal, não pode ser uma discussão baseada numa qualquer ideia provinciana de que quanto mais perto de mim,  melhor. Aliás, o actual primeiro-ministro, na última campanha eleitoral deixou claro que Monte Real deveria ser aberta à aviação civil e, desse modo, servir toda a região, aproveitando as suas potencialidades.

Não precisamos de mais estudos. Os cidadãos de Coimbra já pagaram a sua parte e parece que, agora, a Comunidade Intermunicipal não lhe quer ficar atrás. Precisamos de mais pragmatismo e precisamos de um poder político local e regional que interpele de forma assertiva este governo, para quando essa abertura, em lugar de empurrar para a frente, desperdiçando em estudos e em tempo.

Monte Real fica a 50 minutos de Coimbra, fica a 30 minutos de Pombal ou da Figueira da Foz, a 20 minutos de Leiria e a 40 minutos de Fátima. Sim, é em tempo que devemos medir. O que a Região e, eventualmente, Coimbra deveriam discutir, é uma boa rede de ligação de comboio para que um qualquer cidadão da Região possa usufruir devidamente da dita infra-estrutura.

Portanto, precisamos de mais pensamento regional e menos rivalidades bacocas que só nos trarão, ainda, mais atraso.


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