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Condeixa: Ninguém quer parar no ‘Stop’!

11 de Janeiro 2020

A localização de um sinal de trânsito virou caso na freguesia de Ega, divide há muito opiniões e continua a aguardar, já lá vai mais de um ano, uma decisão da Câmara Municipal de Condeixa. Enquanto ela não chega, já não há ‘Stop’ para ninguém e é a regra da prioridade que impera.

A história é fácil de contar. Um sinal de Stop, há anos colocado na rua de Casal dos Barreiros, em Ega, no entroncamento com a Estrada Municipal 607-1 (ligação Ega-Campizes), foi em 2015 mudado para esta via devido ao necessário desvio do trânsito da EN342, motivado pelas obras de requalificação urbana e remodelação da rede de abastecimento de água naquela aldeia. A rua do Casal dos Barreiros passou a ser um ponto de passagem temporário na ligação entre Condeixa e Soure, aumentando consideravelmente o tráfego rodoviário em comparação com o que tinha antes e mesmo com o que provinha de Campizes pela EM 607-1.

Concluídas as obras, a circulação voltou à EN342, mas o sinal manteve-se a ‘travar’ quem circulava de Campizes em direcção à Ega. Em Março de 2018, a Junta de Freguesia manifesta-se “por unanimidade” a favor do regresso do Stop à colocação de origem, mas esta intenção “criou um movimento de contestação e a Câmara aprovou em reunião retirar o Stop do cruzamento e imperar a regra da prioridade”, explica fonte do gabinete da presidência da edilidade.

Ou seja, sem sinal, o Código da Estrada não deixa dúvidas: os automobilistas que provêm da rua do Casal dos Barreiros apresentam-se pela direita a quem chega vindo dos lados de Campizes e têm primazia.

“O executivo da Junta aprovou por unanimidade que estava de acordo que o sinal regressasse à origem. Pedimos um parecer técnico à GNR que é favorável à nossa decisão, mas não temos competência nessa área, pelo que esperamos que a Câmara decida”, afirma ao TERRAS DE SICÓ o líder da freguesia, Daniel Tomé Gonçalves, adiantando que já levou o assunto à assembleia municipal rogando para “não se adiar eternamente o problema”, alertando para o perigo da situação naquele local e… “se acontecer algo não digam que não foram avisados”.

O autarca lembra ainda que todas as ruas que entroncam com a referida EM 607-1 têm um sinal de Stop.

 

A favor e contra

Por Ega e Campizes as opiniões dividem-se e os “abaixo-assinados” já fizeram o seu caminho vinculando ambas as posições. Por ali não é difícil adivinhar quem está de um lado e de outro. Na rua do Casal dos Barreiros, onde vive, Luís Correia põe o foco na segurança rodoviária, defendendo que naquele entroncamento a EM 607-1 é “estreita, o espaço é confinado e sem visibilidade” para quem vem do centro de Ega e vira à esquerda. Uma habitação existente (visível à direita na foto) dificulta a visão de veículos em sentido contrário e “essa questão é preponderante”. O ‘Stop’, afirma, deve estar para quem vem de Campizes, e sem ele, como actualmente, “é um tiro no escuro”.

Opinião contrária tem Mário Janeiro. Em Campizes defende-se que “uma estrada que liga duas localidades e tem muito mais trânsito” deve ter prioridade. “A outra [estrada] é como se fosse uma rua qualquer de uma povoação”, opina aquele automobilista, que relativamente ao argumento da falta de visibilidade motivada pela referida casa sugere a colocação de um espelho “e já se vê se vem alguém de Campizes”. Pelo mesmo diapasão alinha João Nabeiro. Este automobilista, que não pertence àquela freguesia nem tão pouco ao concelho, alvitra que o sinal deveria estar no Casal do Barreiros porque se trata da “entrada para uma estrada principal”.

João Taborda circula por ali “todos os dias” e afirma ser-lhe indiferente de que lado está o sinal. “Já houve Stop de um lado e do outro e, por isso, normalmente as pessoas já vão com cuidado”, afiança, opinando no entanto que estando o sinal na rua do Casal dos Barreiros há mais segurança, porque “quem circula de Campizes não tem visibilidade para quem vem de cima”.

“Acho que é mais uma guerra entre Campizes e Ega do que outra coisa”, resume Leonel Moreira, gerente de um café nas proximidades do problemático entroncamento. Pelo seu estabelecimento vai ouvindo muitas divisões, “uns dizem que devia estar um lado, outros do outros, uns que faz falta, outros nem por isso”. “Se calhar uma rotunda resolvia o problema, mas não deve haver espaço para isso”, aventa, certo que “só os entendidos é que podem resolver”.

 

Melhor solução

A mesma fonte da Câmara refere ao TERRAS DE SICÓ que a intenção da autarquia é “deixar passar tempo para auscultar as pessoas sobre a melhor solução, que respeite o maior número de pessoas [e] após uma análise mais detalhada sobre o assunto, com toda a informação recolhida e ouvidos os interessados, tomar a decisão que considerarmos a mais correcta”.

LUÍS CARLOS MELO


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