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Pombal: População e automobilistas reclamam do mau estado da EM 531-1

6 de Dezembro 2019

Elevado tráfego rodoviário. Piso degradado em alguns locais. Tampas levantadas. Falta de limpeza e manutenção dos passeios pedonais. A população e os automobilistas estão preocupados com o mau estado de conservação da Estrada Municipal 531-1 (EM 531-1) e do Caminho Municipal 1.038 (CM 1.038), que liga o Barracão (Leiria) à Guia (Pombal), e apelam à sua requalificação. A Câmara Municipal de Pombal diz que está a analisar projecto e garante que obra arranca assim que possível.

Diariamente milhares de veículos circulam pela EM 531-1, a via que liga o Itinerário Complementar 2 (IC2) à Estrada Nacional 109 (EN 109), entre o Barracão (Leiria) e a Guia (Pombal). Até aqui tudo bem, não fosse o mau estado de conservação da estrada, que tem uma extensão de aproximadamente 15 quilómetros. O elevado tráfego rodoviário daquele troço tem intensificado a sua deterioração e, apesar de não registar muita sinistralidade, a população e os automobilistas temem o aumento de acidentes.

Vítor Silva é motorista profissional e há muitos anos que percorre, quase todos os dias, a EM 531-1 ao volante de um camião. Como tal, conhece bem aquele traçado e nota que “a degradação da estrada vai aumentando com o passar do tempo”. “Até agora não se vêem muitos acidentes, mas a estrada está cada vez mais estragada, sobretudo nalguns troços”, refere aquele camionista, apontando como causas “o elevado tráfego e a falta de alternativas” que fazem com que esta via seja “muito movimentada”. Por isso, concorda com a sua requalificação e defende que “essa é a única solução para não aumentarem o número de acidentes”.

Piedade Jerónimo pode não fazer a totalidade daquele trajecto diariamente mas, como habita junto à EM 531-1, percorre todos os dias parte do troço, tanto a pé como de carro. E, também ela, alerta para a “degradação do piso” e para a necessidade de ser arranjado. “A estrada está mesmo muita estragada, muitas tampas estão levantadas e há troços em que está cheia de buracos”, descreve aquela habitante, recordando que “ainda há pouco tempo levantou-se uma tampa e caíram lá dentro dois carros”. “Felizmente não têm havido muitos acidentes”, salienta, lembrando que esta via “tem mesmo muito movimento, tanto durante o dia como à noite”. Afinal, “os camiões carregados de madeira para a Leirosa [Figueira da Foz] passam todos por aqui e já nem falo dos outros”.

Mas há mais. Para Piedade Jerónimo, à falta de requalificação da via junta-se também “a falta de limpeza e manutenção dos passeios, que têm ervas por todo o lado e estão todos sujos”. “Fazem as coisas mas depois não há manutenção e as coisas vão-se deteriorando”, acusa.

Por sua vez, José Silva concorda “plenamente” com a requalificação desta estrada, pois “o piso está a ficar bastante deteriorado, sobretudo nalguns sítios”. Em causa está o “elevado tráfego rodoviário”, uma vez que “apesar de esta ser uma estrada secundária, tem mais movimento do que muitas vias principais”. “São milhares de carros e camiões dia e noite”, realça.

 

“Lapso” atrasou a obra

“A obra avança assim que o projecto esteja devidamente verificado pela nossa equipa técnica”, revelou o vice-presidente do município, Pedro Murtinho, salientando que “a rede viária sempre foi uma prioridade para este executivo, nomeadamente a requalificação dos troços de acesso às sedes de freguesia”.

“O Município de Pombal foi sempre parte colaborante nesta intervenção, que supostamente tinha nove quilómetros de extensão, mas no início da obra deparámos que três quilómetros que não estavam incluídos”, lamentou o autarca, sublinhando que se tratou de “um lapso entre os projectistas e a Câmara Municipal de Leiria”, proprietária da obra.

Com esta falha “acabou-se por desperdiçar uma oportunidade de financiamento de 85% para a obra completa”, no âmbito do quadro comunitário anterior. Assim, a requalificação neste troço de três quilómetros, que “requer uma intervenção de fundo”, terá de ser suportada integralmente pelas câmaras de Leiria e Pombal, referiu Pedro Murtinho, adiantando que “o projecto e o caderno de encargos já estão em análise” pelos serviços técnicos do Município de Pombal.

Ora estes e outros percalços deixaram o presidente da Câmara de Pombal “bastante desgostoso com o comportamento da Câmara de Leiria”. Desde logo porque “haviam troços que não estavam incluídos no plano de repavimentação, requalificação e camada de desgaste”, o que “é tudo menos cortês, menos diplomático e não é um bom contributo para a boa relação institucional”. Portanto, “não foi por falta de iniciativa municipal” que a obra não avançou, disse Diogo Mateus, assegurando que “infelizmente as vicissitudes várias” impediram a autarquia de assumir responsabilidades.

De referir que as declarações do presidente e vice-presidente da autarquia foram feitas na última reunião de executivo, após o vereador Narciso Mota alertar o executivo para “o estado de conservação desta estrada”, que necessita de “manutenção e redimensionamento”, atendendo à “intensa densidade de tráfego”. Afinal, para o anterior presidente de Câmara, “no que respeita às vias de comunicação, a prioridade deve ser a segurança e a mobilidade das pessoas no acesso directo à sede de concelho e às sedes de freguesia, onde estão concentrados os serviços”.

CARINA GONÇALVES


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