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Pombal concessiona Quinta de Sant´Ana a emigrante no Brasil

5 de Dezembro 2019

A Câmara Municipal de Pombal concessionou, na última reunião de executivo, a exploração da Quinta de Sant´Ana, na Redinha, a Manuel Augusto da Conceição Silva, natural da freguesia de Pelariga e emigrante com negócios no Brasil e em França. O empresário, que explora uma unidade hoteleira no Paraty (Brasil), propõe pagar uma mensalidade que ascende a 2.000 euros durante 20 anos.

O concurso público para a concessão da Quinta de Sant’Ana recebeu apenas duas propostas, tendo ficado em primeiro lugar Manuel Augusto da Conceição Silva. O empresário, que é natural de Tinto, freguesia da Pelariga, e a esposa, que é natural da Redinha, “já têm negócios no sector”, revelou o presidente do município, Diogo Mateus, sustentando que ambos “exploram há mais de 20 anos uma unidade hoteleira no Paraty (Brasil), a Pousada D’el Rei”. Portanto, “têm know-how, experiência na actividade e interesse em regressar à sua terra”, frisou o autarca, confidenciando que tem “imensa expectativa e muito positiva de que isto possa correr bem”.

O edil está convicto de que se trata de “um processo que o tempo ajudará a consolidar e a desenvolver”. Afinal, o promotor é “um actor conhecedor e capacitado financeiramente para ajudar a montar uma estratégia de promoção da Quinta de Sant’Ana”, cujo propósito passa por “ser um património à disposição do público em geral para potenciar o turismo de natureza e de carácter histórico da zona da Redinha e de todo o concelho”.

Na proposta apresentada, o proponente encarrega-se a reabilitar a Quinta de Sant’Ana “com a finalidade de a reabrir ao público com o desenvolvimento de várias unidades de alojamento, restauração e lazer”.

Desta forma, assume a responsabilidade de “revitalizar o complexo turístico, comprometendo-se a proceder às obras de melhoramento dos edifícios e espaços exteriores”, com vista a “promover aulas de equitação, estabelecer protocolos com instituições escolares, sociais e locais, criar um centro de férias, instalar uma sala de conferências, promover a gastronomia local, desenvolver o turismo rural, criar hortas biológicas e dinamizar actividades desportivas, como por exemplo rapel e passeios pedestres”.

Para isso, Manuel Silva “pretende recuperar e substituir [o mobiliário e os equipamentos] que considerar inadequados ou danificados”, prevendo “realizar as obras em três fases, de acordo com o caderno de encargos”.

Diogo Mateus recordou que o executivo camarário já havia aprovado “o caderno de encargos e o programa do concurso, onde estava estabelecido que seria escolhida a proposta com melhor preço, abrindo-se ao promotor a recuperação patrimonial, num projecto desenhado pelo próprio, que não seria condição de apreciação prévia por parte da Câmara”.

“Tornava-se premente e urgente tomar uma decisão”, sublinhou o vereador Michael António, esperando que “o projecto da Quinta da Sant’Ana seja um sucesso” e possa beneficiar das “condições privilegiadíssimas” da freguesia da Redinha, mas também dos “recursos endógenos e das características próprias do concelho”.

Por sua vez, o vereador Narciso Mota defendeu que a autarquia “tem uma situação financeira invejável e pode fazer as obras”, motivo pelo qual “não aceito que a Câmara de Pombal, que tem quadros técnicos, tenha de entregar o seu património para ser valorizado e requalificado”.

A mesma opinião não é partilhada por Diogo Mateus que considera esta “uma oportunidade completamente distinta”, uma vez que “temos o novo promotor a fazer investimento, a pagar do seu bolso e a adequar essas obras à sua finalidade”.

De referir que a proposta vencedora ascende ao montante mensal de 2.020 euros, perfazendo num período de 20 anos o montante global de 484.800 euros, acrescido de IVA à taxa legal. Os primeiros 100.000 euros de investimento serão abatidos no valor das rendas.

CARINA GONÇALVES


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