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Leandra Garcêz: “Alvaiázere precisa de mais empresas, movimento e pessoas”

8 de Dezembro 2019

Há pouco mais de seis meses à frente da Associação de Desenvolvimento Integrado do Concelho de Alvaiázere (ADECA), Leandra Garcez assume que “os empresários estão mais optimistas” e “predispostos a investir”, contribuindo para o desenvolvimento do concelho, que será, com toda a certeza, potenciado pelos projectos apoiados no âmbito do Portugal 2020 e pela Área Empresarial do Rego da Murta, cuja construção avança em 2020.

 

TERRAS DE SICÓ (TS) – Assumiu recentemente a liderança da ADECA. Quais os objetivos da nova direção para o próximo triénio? O que a levou a candidatar-se?

Leandra Garcez (LG) – A presidência da direcção da ADECA foi por mim assumida no passado mês de Março de 2019, sendo que a minha candidatura foi uma decisão debatida pela anterior direcção e unânime. Candidatei-me visando maior proximidade com os empresários, de forma a dar resposta a todas as necessidades que estes elencassem, apoiando os empresários de todas as áreas, dentro do nosso âmbito de actividade.

 

TS – Quais os projectos e prioridades da ADECA para este mandato?

LG – As prioridades, como já referi, são acima de tudo dar uma resposta mais próxima e directa às necessidades dos empresários. Acredito que a Associação a laborar só por si em escritório, acaba por não conseguir perceber quais as necessidades reais dos empresários, até porque, estando nós a falar de empresários e trabalhadores em nome individual, estes têm por razões óbvias, menos tempo para virem até à Associação, e apresentar as suas necessidades, sendo mais fácil o processo contrário. Por tal, foram já feitos alguns contactos directamente nas empresas, que se revelaram profícuos. Pretendemos continuar a dar resposta à área da empregabilidade, sendo o Gabinete de Inserção Profissional, uma mais-valia no concelho, tanto para as empresas, como para os trabalhadores e desempregados, pelo que esperamos que este se mantenha. Queremos também ser uma opção para os empresários agrícolas, e daí a criação do Gabinete de Apoio ao Mundo Rural, e continuaremos a desenvolver a área formativa, tanto financiada como não financiada, a ADECA está também a trabalhar num projecto na área da inovação social, existindo outros projectos que para já não devo revelar.

 

TS – Quais são os desafios que se colocam actualmente às empresas do concelho de Alvaiázere? E quais as principais necessidades?

LG – Por incrível que pareça, uma das maiores necessidades apontadas pelas empresas aquando deste contacto realizado porta a porta foi a falta de mão-de-obra. Felizmente as empresas têm actualmente alguma estabilidade financeira e de mercado, mas urge resposta à ocupação de algumas vagas de emprego. Maioritariamente, esta falha traduz-se em falta de mão-de-obra em áreas muito especializadas, contudo esse é um facto que se mostra não só como uma necessidade, mas acima de tudo como um desafio.

 

TS- Como está a ser a adesão das empresas de Alvaiázere ao Portugal 2020?

LG – O concelho de Alvaiázere tem 44 projectos aprovados, o que se reflecte num investimento total de 7.228.155,88 euros pelo que o Portugal 2020 será uma mais-valia para Alvaiázere e para o seu desenvolvimento, quer concelhio quer das empresas. De frisar ainda que, nos números acima elencados estão em falta candidaturas ao PDR 2020, ao programa Terras de Sicó, bem como a outros organismos e candidaturas entretanto aprovadas, que não estão contabilizadas nestes números. Orgulha-nos o facto de algumas destas candidaturas serem de associados nossos, candidaturas essas que foram preparadas e submetidas pela ADECA.

 

TS- Que expectativa tem quanto aos efeitos destes apoios no tecido empresarial do concelho?

LG – A adesão a este tipo de programas evidencia que, os empresários estão mais optimistas, acreditam e estão predispostos ao desenvolvimento e ampliação da sua actividade e empresa, investindo e trabalhando arduamente para alcançarem mais e melhores resultados. Isto é uma mais-valia para o território, e consequentemente para os munícipes, pelo que, acredito veemente que a adesão ao Portugal 2020 vai dotar o concelho de empresas com melhores estabelecimentos e recursos, tendo por consequência um melhor produto, destacando-se assim o nome de Alvaiázere no mercado, bem como qualidade dos seus empresários.

 

TS – O Município de Alvaiázere vai avançar com a construção da Área Empresarial de Rego da Murta no próximo ano. De que forma é que este projecto pode ser uma mais-valia para o desenvolvimento económico do concelho?

LG – Uma área empresarial com as condições e dimensões previstas para a Área Empresarial do Rego da Murta é algo que o nosso concelho e empresários anseiam há largos anos. Será sem sombra de dúvida, uma mais-valia para o desenvolvimento do concelho por diversos factores. Por um lado, os nossos empresários que necessitem de expandir a sua empresa terão finalmente um espaço para tal, muito bem localizado e com óptima acessibilidade. Por outro lado, esta área captará novos empresários a investir no nosso concelho, e por consequência, a criar novos postos de trabalho, o que levará à fixação de população no nosso concelho, a que estes consumam e gastem o que é nosso. Alvaiázere precisa de mais empresas, mais movimento, mais vida e mais pessoas. Tenho a certeza que a Área Empresarial do Rego da Murta, será uma aposta ganha.

 

TS – A Câmara Municipal tem procurado implementar uma “política amiga das empresas”. Estas medidas têm dado resultados?

LG – Sem dúvida. As empresas quando procuram um espaço para se fixarem, procuram evidentemente por locais que lhes sejam mais benéficos, sendo o factor fiscal um aspecto de peso que é considerado. Isentando o Município de Alvaiázere o pagamento da derrama, essa isenção é um factor “amigo” das empresas e empresários, o que a juntar a uma área empresarial bem localizada e a preços bastante acessíveis, levará a maior fixação de empresas. O Município concede ainda o apoio monetário de 2.000 euros (contra-reembolso) a empresários que fixem o seu negócio no concelho, por tal, afirmo com toda a convicção que felizmente temos um Município amigo das empresas, e isso também nos é transmitido por empresas e empresários que nos chegam dos concelhos limítrofes.

 

TS – No início deste ano a ADECA criou o Gabinete de Apoio ao Mundo Rural. Que balanço faz da actividade desenvolvida neste sector?

LG – O Gabinete de Apoio ao Mundo Rural, tem-se mostrado muito importante para a associação mas sobretudo para os associados da área agrícola. A vertente formativa tem tido uma adesão muito grande, sentimos mesmo que as pessoas estavam à espera e tinham necessidade disto, quer dentro quer fora do concelho. Por exemplo, para a formação de Apicultura a decorrer no próximo mês de Janeiro, temos inscrições de vários pontos do país, como de Castanheira do Ribatejo, Viseu, Ourém e Pombal. Isto mostra-nos que esta área está cada vez mais em desenvolvimento, que somos precisos e que podemos fazer a diferença! Com o Gabinete conseguimos dar resposta aos empresários agricultores, quer na realização de candidaturas a fundos, quer pelo protocolo que temos com a Confagri, quer ainda pela celebração de parcelários, pedidos únicos e identificação do beneficiário, entre outros.

 

TS – Um dos projectos da anterior direcção que ficou por concretizar era a criação de um rebanho comunitário. Como está este projecto? Ainda é para avançar?

LG – O projecto do rebanho comunitário é de facto um projecto pelo qual, quer a anterior direcção, quer a direcção actual, nutrem bastante estima. Infelizmente este projecto não depende só da Associação, mas da disponibilidade de áreas para a sua concretização. Quando nasceu a ideia do projecto na Associação, em 2017, encetámos todos os esforços junto da Entidade responsável pela gestão dos baldios na freguesia de Alvaiázere, a fim de que estes nos cedessem os mesmos para avançarmos com o Rebanho. Infelizmente até à presente data não nos foi dada permissão para tal. Assim, evidentemente que ainda é um projecto que gostaríamos de realizar, mas depende da disponibilização de área, sendo que, não o conseguindo da forma já tentada, ficamos limitados por ser necessária uma área considerável, mas pretendemos consegui-lo através de outros meios.

CARINA GONÇALVES


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