É caso para dizer, se não houver reacendimentos, o ‘fogo’ está apagado. A obra de construção do futuro quartel dos Bombeiros Voluntários de Condeixa foi finalmente licenciada pela câmara municipal, no passado dia 27, e a corporação viu concretizada uma das principais reivindicações tendentes ao andamento do projecto, podendo agora dar seguimento à obtenção do empréstimo bancário e ao concurso público de edificação, bem como é mais um passo para que seja accionado o contrato-programa de financiamento celebrado com a edilidade.
A boa nova, materializada a poucos dias do 42.º aniversário daquela associação humanitária, permitiu aliviar o ‘ambiente’ nas comemorações realizadas no passado domingo (1), com o presidente da autarquia a explicar na sessão solene [depois de não o ter feito há duas semanas quando contactado pelo TERRAS DE SICÓ para uma reacção às críticas dos Bombeiros], que “o processo esteve até 7 de Novembro a aguardar todos os elementos exigidos por lei, que às vezes é muito burocrática, mas existe” e que “após as várias alterações para novas valências que a associação foi introduzindo”, o licenciamento foi diferido. “As exigências legais para um procedimento deste tipo podem nem sempre corresponder aos nossos sonhos”, lembrou Nuno Moita.
O autarca reafirmou “o nosso entusiasmo e colaboração na construção desta obra que se deseja seja uma realidade tão breve quanto possível”, garantindo que logo que esteja aprovado o financiamento bancário “a câmara municipal dará início de imediato ao protocolo de apoio financeiro a que nos comprometemos e que será no final de dois milhões e quatrocentos mil euros”, à razão de 10.000 euros por mês durante 20 anos, “para que a associação possa fazer face aos encargos decorrentes do empréstimo”.
“O apoio financeiro é mais que uma responsabilidade desta autarquia, é uma obrigação de todos os condeixenses pela importância da missão que voluntariamente estes homens desempenham no terreno com dedicação e competência”, enfatizou o líder do município.
Com o licenciamento da obra diferido, é tempo de partir para “novas aventuras”, anunciou o presidente da direcção dos Bombeiros, Gustavo Santos, enumerando o “arranjar o dinheiro necessário, fazer o lançamento do concurso público para a execução da obra e máquinas no terreno”.
O dirigente concretizou o “pedido de desculpas” que já antecipara nas páginas do TERRAS DE SICÓ, “pelo não cumprimento do convite feito no ano passado para a inauguração do novo quartel na data por nós desejada [24 de Julho de 2020]”. “A máquina não anda, não pôde andar como nós desejaríamos [e] essa premissa faltou aos meus cálculos e principalmente ao meu/nosso desejo”, justificou Gustavo Santos na referida cerimónia, sublinhando que agora não faz “qualquer futurismo sobre quando teremos quartel”, nem adianta uma data “para o final de toda esta novela”.
Mais apoios
Nuno Moita aproveitou as comemorações de aniversário da associação humanitária não só para apagar o ‘fogo’, como igualmente para deixar bem feitas as ‘operações de rescaldo’. “A Câmara Municipal de Condeixa prepara-se para rever e alargar as regalias sociais aos bombeiros voluntários, em vigor desde 2016, de forma a ajudar especialmente o voluntariado. Dentro em breve, irá iniciar negociações com a vossa direcção e com o vosso comando para que os bombeiros voluntários de Condeixa passem também a ter isenções no IMI e no pagamento de água”, anunciou o autarca, dirigindo-se aos ‘soldados da paz’, considerando ser este “mais um pequeno gesto que pretende demonstrar o carinho, o respeito e o orgulho que esta terra tem por vós”.
Fernando Gonçalves defende “profissionalização primeira intervenção”
O comandante dos Bombeiros Voluntários de Condeixa defendeu a necessidade de “profissionalizar a nossa primeira intervenção”, fazendo uma “separação urgente do que é o socorro e o que são os outros serviços da associação”. “Um concelho como o nosso não pode viver da primeira intervenção, em que em determinadas alturas do dia o serviço é assegurado por voluntários”, referiu Fernando Gonçalves, apontando a profissionalização como “um grande passo, com uma boa lei de financiamento, bem clarificada e auditada”.
O responsável do corpo activo insistiu ainda na falta de “formação específica, complementar de especialização”, sobretudo para os operacionais das equipas de primeira intervenção.
LUÍS CARLOS MELO
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