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Parlamento chumba projectos de resolução sobre nova maternidade em Coimbra

15 de Novembro 2019

A Assembleia da República rejeitou hoje projectos de resolução de BE, PEV e PCP que recomendavam a integração da maternidade de Coimbra no espaço do Hospital dos Covões, com os votos contra de PS e Iniciativa Liberal.

No projecto de resolução apresentado pelo Bloco de Esquerda, que recomenda a localização da futura unidade de neonatologia e de cuidados na gravidez e no parto de Coimbra nos terrenos adjacentes ao Hospital dos Covões, Verdes, PCP, Livre e BE votaram a favor, Chega, PSD, PAN e CDS abstiveram-se, e PS e Iniciativa Liberal votaram contra.

O projecto de resolução do PEV – Partido Ecologista ‘Os Verdes’ sobre a implementação da maternidade no campus do Hospital dos Covões foi rejeitado com os votos contra de PS e Iniciativa Liberal, com a abstenção do Chega, PSD e CDS, e com a aprovação dos restantes partidos.

Já o projecto de resolução do PCP, que recomenda a construção de uma nova maternidade junto ao Hospital dos Covões, foi reprovado com os votos contra de PS e Iniciativa Liberal, a abstenção de Chega, PSD e CDS, e os votos favoráveis dos restantes partidos.

No início da discussão parlamentar, o deputado do Bloco de Esquerda (BE) José Manuel Pureza chamou a atenção para o envelhecimento das equipas clínicas das maternidades Bissaya Barreto e Daniel de Matos, em Coimbra, adiantando que “têm sido maternidades de referência de toda a região Centro”.

Para o BE, o Governo deve dotar as maternidades de condições humanas e físicas para continuarem a ser “unidades de excelência nos cuidados obstétricos, ginecológicos e neonatais”.

A nova maternidade de Coimbra deverá substituir a Bissaya Barreto e a Daniel de Matos, que realizam aproximadamente 2.500 partos e cerca de 18 mil consultas por ano.

Por seu turno, o deputado do PEV José Luís Ferreira assegurou que a nova maternidade de Coimbra poderia “evitar o caos no Hospital Universitário”, acrescentando que o Governo deve construí-la sem recurso às parcerias público-privadas (PPP) e garantir a qualidade do serviço e obras de manutenção.

Já Ana Mesquita, do PCP, alertou para a “asfixia” de trabalhadores nas maternidades, realçando que devem ser fornecidas “todas as condições de trabalho e de conforto” para que haja a “valorização dos serviços públicos”.

João Gouveia, do PS, relembrou que o Governo assumiu na anterior legislatura a construção de uma maternidade em Coimbra.

No seu discurso, António Maló de Abreu, do PSD, defendeu que a nova maternidade deve ser uma prioridade e responsabilidade do Governo.

“O PSD defende uma nova maternidade para Coimbra, ponto. […] mas deve ser o Governo, com base em critérios, a decidir a sua localização, a responsabilidade é do Governo”, disse.

Bebiana Cunha, do PAN, mostrou-se sensível à construção de uma maternidade no Hospital dos Covões, sublinhando que os “cuidados de saúde devem ser uma prioridade”.

Três projectos de resolução e uma petição sobre a implementação da nova maternidade de Coimbra junto ao Hospital Geral (Covões), apresentados por PCP, PEV, BE e movimento Cidadãos por Coimbra, foram discutidos hoje na Assembleia da República.

A petição tem o título “Não queremos a maternidade de Coimbra no espaço dos HUC”.

“Os acessos a esta área não respondem minimamente, nem têm capacidade para vir a responder ao esforço diário necessário no campo da mobilidade, se se atender à saturação acrescida decorrente da localização de outras unidades de saúde e ensino na zona, tornando-a um caos urbanístico e ambiental, atropelando a vida de todos os que ali vivem, trabalham ou que recorrem aos serviços de saúde”, argumenta o movimento.

O grupo de trabalho definido pelo Governo para estudar a localização da nova maternidade – constituído por dois elementos da Administração Regional de Saúde do Centro, dois representantes do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e um da câmara municipal – defende a sua construção no perímetro dos Hospitais da Universidade de Coimbra.

LUSA


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