O Sindicato dos Médicos da Zona Centro (SMZC) anunciou um dia de greve para 28 de Novembro na Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) de Ansião. Esta “paralisação total e com ausência dos locais de trabalho” acontece cerca de um ano depois daquele organismo ter denunciado as “graves deficiências detectadas” naquele edifício, que “comprometem seriamente a saúde” de profissionais e utentes.
Num aviso prévio, o SMZC declara “greve dos médicos” dos serviços abrangidos pelo Centro de Saúde de Ansião “sobre a forma de paralisação total e com ausência dos locais de trabalho” entre as 00h00 e as 24h00 de 28 de Novembro, salientando que “não há serviços mínimos a fixar”.
O Sindicato, que convocou esta greve “depois de consultar os seus associados”, denuncia as “graves deficiências detectadas” no edifício do Centro de Saúde de Ansião, que “comprometem seriamente a saúde destes profissionais e dos próprios utentes, designadamente no que respeita a problemas respiratórios”.
Afinal, “existem diversas salas onde há infiltrações de água”, levando ao uso de baldes para recolher os pingos da chuva e obrigando a proteger com plásticos os equipamentos electrónicos e outros.
Além disso, “as frequentes infiltrações proliferam os fungos nos tectos e paredes das diversas salas do edifício (nomeadamente a sala de saúde infantil), com odor acentuado e cujos esporos são libertados no ar, podendo condicionar patologia respiratória alérgica/infecciosa grave”, alerta o sindicato. O mesmo acontece no gabinete de Saúde Pública, o que condiciona a consulta dos processos físicos que aí se encontram.
“Gabinetes de consulta exíguos”, sem isolamento térmico ou acústico e que “não garantem a confidencialidade da consulta”, “nem um mínimo de conforto” devido à falta de aquecimento, foram outros problemas enumerados pelo sindicato, que adverte ainda para as “condições inadequadas de preservação dos medicamentos” e o funcionamento da sala de esterilização, “que deveria de estar encerrada”.
Portanto, “as condições de trabalho descritas são inadmissíveis e constituem um perigo sério para a saúde dos profissionais e dos utentes do Centro de Saúde de Ansião”, afirma o sindicato, que “exige uma intervenção imediata e urgente” para corrigir aquilo que considera serem “instalações de saúde impróprias e indignas”.
“É urgente encontrar uma solução imediata”, reitera o SMZC, salientando que “a construção de um novo Centro de Saúde e de novos equipamentos, prometidos para 2021, não pode continuar a justificar a prestação de cuidados de saúde nas condições descritas”.
CARINA GONÇALVES
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