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Ansião vai instalar 18 desfibrilhadores em locais públicos do concelho

8 de Novembro 2019

O Município de Ansião vai instalar, no primeiro semestre de 2020, 18 Desfibrilhadores Automáticos Externos (DAE) em locais públicos e formar mais de uma centena de cidadãos em Suporte Básico de Vida (SBV). Estas medidas fazem parte do projecto “Ansião Reanima”, vencedor do Orçamento Participativo (OP) 2019, cuja implementação tem um custo estimado de 40.000 euros. Para o proponente da proposta, André Teodósio, a concretização deste projecto vai “contribuir para aumentar a capacidade de resposta imediata em situações de paragem cardiorrespiratória”.

O projecto “Ansião Reanima”, que será implementado até Junho de 2020, visa “equipar todas as freguesias do concelho com DAE e formar 108 operacionais” para que fiquem habilitados a manusear este “conjunto de recursos capazes de salvar vidas”, explicou ao TERRAS DE SICÓ André Teodósio, que “há muitos anos” ambicionava implementar no concelho este programa.

E esse desejo ganhou ainda mais força quando “um amigo próximo sofreu uma paragem cardiorrespiratória num campo desportivo em Ansião”, que só teve um desfecho feliz devido à proximidade dos bombeiros, que em tempo útil reverteram a situação com um DAE, salvando-lhe a vida. Aquele episódio incentivou-o a “lutar” pela criação do programa de Desfibrilhação Automática Externa no seu concelho.

Assim, “juntando o útil ao agradável”, o também enfermeiro e bombeiro voluntário decidiu apresentar a proposta ao OP, que saiu vencedora com 93,58% dos votos.

Mas afinal o que é um Desfibrilhador Automático Externo? “É um dispositivo médico portátil que em situações de paragem cardiorrespiratória analisa o ritmo cardíaco e, dando indicações sonoras ao operador, nos casos indicados, aplica um choque eléctrico com o intuito de se restabelecer um ciclo cardíaco normal e evitar a morte da vítima”, esclarece aquele ansianense.

A desfibrilhação eléctrica é o “único tratamento adequado” para intervir em “75 a 80% dos casos de paragem cardiorrespiratória”, realça André Teodósio, salientando que “a probabilidade de sobrevivência é tanto maior quanto menor o tempo decorrido entre o colapso e a desfibrilhação”. Daí a importância de “equipar todas as freguesias do concelho com DAE” e dotar pessoas em todo o território com conhecimento de “um conjunto de técnicas e procedimentos básicos” para reanimar uma vítima em paragem cardiorrespiratória.

Neste projecto a formação é tão importante quanto os desfibrilhadores, uma vez que este equipamento “só pode ser manuseado por operacionais” devidamente habilitados e treinados, que terão de frequentar um curso de Suporte Básico de Vida e Desfibrilhação Automática Externa (com duração de 7 horas), credenciado pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). Assim, ficarão aptos a prestar um conjunto de manobras de SBV e DAE, até à chegada dos meios de emergência pré-hospitalar.

Além destes operacionais, o programa “terá sempre um médico responsável” pela “supervisão de todos os procedimentos”.

De referir que a proposta “Reanima Ansião” propõe a instalação deste equipamento em escolas, espaços desportivos, instituições sociais, juntas de freguesia, Centro de Negócios e outros espaços públicos de todo o concelho, podendo ainda ser alargado a outros locais.

A implementação deste projecto visa reduzir o número de mortos por paragem cardiorrespiratória, que atinge anualmente 10.000 casos, sendo “mais frequente em grupos de risco, mas também pode afectar pessoas aparentemente saudáveis, de qualquer idade, género ou condição física”. Neste sentido, “quanto mais DAE e respectivos operacionais existirem no território nacional, mais vidas se podem salvar”, sublinha André Teodósio, frisando que “nos locais onde não existem programas de DAE instalados, os dados estatísticos indicam que apenas 5% das vítimas de paragem cardiorrespiratória sobrevivem”. E a “cada minuto que passa, as hipóteses de sobrevivência da vítima decrescem 10%”, sendo que “aos cinco minutos, a vítima tem apenas 50% de hipótese de sobrevivência”.

Posto isto, “deve ser feito um grande investimento em Portugal” para “acelerar processos de implementação de Programas de Desfibrilhação Automática Externa”, conclui este ansianense.

CARINA GONÇALVES


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