A imprensa regional tem um papel essencial embora com baixa percepção da sociedade. Os jornais não sobrevivem pela receita das suas vendas, muito menos se se tratarem de órgãos de comunicação regional ou local.
Esta imprensa cumpre vários papéis. Desde logo, continua a ser o veículo clássico de informação que chega a todas as gerações. Depois, eleva a auto-estima das sociedades locais, dando relevo público ao que se vai fazendo. Em terceiro lugar, cumpre um papel importante de elevar o nível de transparência dos poderes públicos locais e regionais.
Se não existissem mais objectivos, estes já seriam suficientemente relevantes para que a percepção geral sobre a imprensa regional melhorasse e fosse melhor percebida. Um dos pontos incontornáveis na discussão da sua existência são os meios de financiamento que estão sustentados, na sua grande parte, pelas receitas de publicidade. Esta dependência, há que reconhecer, algumas vezes pode prejudicar a necessária independência face ao poder instalado. O jornalismo só é bom se for sempre livre. Esta é uma questão estrutural, mas realmente difícil porque em terras de pouca gente, o mercado é parco e sustentar um projecto de imprensa regional é um desafio para muito poucos.
A imprensa regional é crucial para dar espessura a um território, à sua auto-estima, pelo que o ponto central é que o seu papel seja devidamente valorizado pelos cidadãos e entidades públicas e privadas. Esse carinho das pessoas é importante. Uma terra sem um jornal é um pedaço de território mais anónimo. Um território mais anónimo fica menos valorizado.
Por estas e outras razões, deveremos sempre apoiar os projectos de imprensa regional porque, se acabarem, vai faltar lastro e ainda mais coesão.
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