O que têm em comum os pintores Victor Costa, Juan Domingues, Xana Abreu e o escultor Pedro Figueiredo? A resposta é simples: estão os quatro durante uma semana, até segunda-feira (21), em residência artística no Conímbriga Hotel do Paço, em Condeixa, na iniciativa “Paço com Arte #1”.
“Desenvolvemos as nossas obras como se estivéssemos no atelier. A ideia é partilharmos a nossa arte, a nossa forma de estar, de ir construindo uma obra de arte com as pessoas, de forma a trazer a arte do atelier para o hotel, partilhando com os hóspedes, com as pessoas que nos vêm visitar. É um pouco transformar o nosso ambiente num ambiente tranquilo e por outro lado a partilha entre os quatro, que é interessante do ponto de vista do bem-estar de cada um, da troca de ideias, o que nos enriquece”, realça Victor Costa, pintor autodidacta de Coimbra, que expõe regularmente há cerca de quatro décadas.
Depois de evento semelhante na Curia, esta é a segunda vez Victor Costa, Juan Domingues, Xana Abreu e Pedro Figueiredo se juntam. “É sempre bom. Para além de um convívio informal, é uma aprendizagem muito grande com nós próprios, uns com os outros, mas também com as pessoas que vão passando e que vão trocando informações connosco”, refere Xana Abreu, enfatizando que “normalmente o processo de um artista é muito solitário e este trabalharmos juntos oferece-nos um equilíbrio à solidão que sentimos quando trabalhamos sozinhos, proporcionando um dar e receber constante”.
Com formação na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, Xana Abreu prossegue em Condeixa o desenvolvimento de “dois projectos que se conjugam” (150 Sonhos e Na tua pele), obras que servirão para dar corpo às seis exposições que tem em preparação para os próximos meses fora de Portugal.
“Quando uma pessoa sai da caixa é sempre muito interessante, porque dá-nos uma matriz nova para o processo criativo. Quando saímos do nosso espaço de conforto temos sempre uma ideia completamente diferente do nosso próprio trabalho”, afirma Juan Domingues, outro dos artistas em residência artística na ex-Pousada de Condeixa. Português nascido na Venezuela, filhos de pais emigrantes, veio ainda na infância Portugal e desde cedo as artes plásticas despertou o seduziram. Licenciou-se em pintura na Escola Universitária de Artes de Coimbra e por entre diversas exposições individuais e colectivas, conquistou recentemente o 1.º prémio na Bienal de Artes da Expofacic, em Cantanhede.
O pintor destaque a importância de iniciativas do género, porque possibilitam “o contacto com o mundo e temos sempre o suporte, uma bengala, de ter outros artistas que partilham da mesma experiência que nós e servem de apoio e referência”.
Para o escultor Pedro Figueiredo, trata-se de “uma experiência fantástica, um intercâmbio de artes, de colegas, de aprendizagens, de saberes, neste caso, entre a pintura e a escultura”.
Mestre em Artes Plásticas, Pedro Figueiredo expõe regularmente em Portugal e no estrangeiro desde o início do século.
“É uma iniciativa também muito interessante para o público, para quem vem visitar-nos e para os hóspedes do hotel, que são apanhados de surpresa, mas que têm a possibilidade de um encontro com as artes, o que é importante porque muitas vezes não se consegue ir aos ateliers dos artistas e não se tem acesso a esta construção das obras de arte”, frisa o escultor.
No âmbito da iniciativa, realizou-se na passada terça-feira (15), naquela unidade hoteleira, uma tertúlia sobre arte.
LUÍS CARLOS MELO
Site optimizado para as versões do Internet Explorer iguais ou superiores a 9, Google Chrome e Firefox
Powered by DIGITAL RM