A construção de passadiços em madeira nas margens rio dos Mouros, que permitirão ligar a cascata – uma das principais atracções do património natural do concelho de Condeixa – à ponte existente junto às ruínas de Conímbriga, deverá avançar dentro de um ano, após a aprovação da candidatura submetida pela Câmara Municipal a financiamento comunitário do ‘Centro 2020’, na tipologia de investimento que visa a criação e requalificação de infra-estruturas de apoio à valorização e visitação do património natural.
O projecto orçado em mais de meio milhão de euros contempla ainda a reabilitação da Casa do Casmilo e a recuperação do moinho do Outeiro, na Serra de Janeanes.
“O turista poderá passear e observar o rio dos Mouros ao longo do seu percurso numa extensão de cerca de 700 metros”, adianta o autarca Nuno Moita sobre uma intervenção que permitirá edificar uma variante complementar à ‘Pequena Rota 2: Terras de Sicó’ e tornar acessível a visitação a todos os públicos até à cascata existente a montante da ponte das ruínas, presentemente só alcançável a quem possua destreza e capacidade física.
A proximidade a Conímbriga, que recebe anualmente mais de 100.000 visitantes, será um importante factor de divulgação da futura infra-estrutura, devendo funcionar como alavanca da mesma.
Para o presidente da Câmara, a obra “vai permitir que quem visite Conímbriga possa também visitar o vale do rio dos Mouros até à cascata com facilidade. Ou seja, não se limitará apenas a observar os achados arqueológicos das ruínas, mas poderá igualmente apreciar a beleza natural circundante e visitá-la em segurança”.
“O Município tem-se destacado ao nível das políticas públicas com elevados investimentos na recuperação e divulgação do património natural, numa estratégia de afirmação do destino suportada também por uma rede de parcerias – Rede das Aldeias de Calcário, Rede Portuguesa de Moinhos, Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra – incrementando dinamismo turístico que importa continuar a sustentar”, preconiza a memória descritiva do projecto a que o TERRAS DE SICÓ teve acesso.
O custo da execução será superior a 430.000 euros, incluindo os projectos técnicos.
Casa do Casmilo
A candidatura condeixense submetida a financiamento do actual quadro comunitário de apoio aponta ainda para a reabilitação de uma antiga casa na aldeia do Casmilo, propriedade municipal, transformando-a em “Casa de Apoio Rural de Sicó”, para acolhimento a quem pretende iniciar a ‘Pequena Rota 2’ ou degustar os produtos endógenos da região.
De acordo com a descrição do projecto, “este espaço será a âncora para o apoio à visitação e à valorização deste território singular que resulta da acção da água sobre os calcários e que na envolvente permite ver buracas, dolinas, reculée e lapiás, apoiando o visitante [e] disponibilizando informação estruturada” que possibilite interpretar a rota que preferencialmente ali tem início, a qual se estende por 23 km, passa pelo moinho do Outeiro, pela cascata e por Conímbriga.
A aldeia do Casmilo, ponto de entrada na Serra de Sicó, encontra-se integrada no projecto Aldeias Calcárias, promovido pela Associação de Desenvolvimento Terras de Sicó.
Recuperar o moinho de vento localizado na Serra de Janeanes, em avançado estado de degradação, é outra das acções contempladas na candidatura.
O engenho foi, há alguns anos, adquirido pela Câmara, mas a sua recuperação “não conseguiu avançar por dificuldades orçamentais”, adianta o autarca Nuno Moita.
“No restauro do moinho devem os elementos constituintes ser, em caso de necessidade (por falta ou por degradação), completamente replicados. A recuperação/replicação contempla a futura funcionalidade do equipamento em toda a sua plenitude”, menciona o referido documento.
Nuno Moita frisa que as três intervenções previstas integram “uma estratégia há muito assumida por nós de captação de turistas, não se fixando apenas na nossa herança romana, mas apostando nas belezas naturais e na vertente patrimonial”.
O valor estimado para a globalidade do projecto ascende a mais de 545.000 euros, que deverão ser co-financiados em 85% por fundos europeus.
LUÍS CARLOS MELO
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