O social-democrata Rui Rocha, que se demitiu no final de Julho passado de presidente da Distrital de Leiria do PSD por discordar da lista de candidatos às eleições legislativas, defende que Luís Montenegro é “neste momento” a melhor solução para a liderança do partido.

“Não tenho dúvidas que neste momento o companheiro que reúne melhores condições para poder protagonizar o sinal de mudança, de afirmação, de maior ligação, maior proximidade à nossa população, na minha opinião é Luís Montenegro”, afirmou o antigo autarca de Ansião, hoje, em declarações à RTP.

Rui Rocha, recorde-se, foi um dos apoiantes de ‘primeira hora´ do actual líder social-democrata, Rui Rio. Contudo, no último Verão, o processo de constituição da lista do partido pelo círculo de Leiria às Legislativas de 6 de Outubro desagradou ao então presidente da Distrital, que apresentou a demissão do cargo.

Agora, Rocha, embora satisfeito pelos resultados obtidos no seu distrito, “um dos quatro do país onde o PSD foi a força mais votada”, lamenta que o partido tenha tido no sufrágio do último domingo “o pior resultado de sempre”.

“O PSD é um partido que se apresenta nas eleições para ganhar. O resultado obtido não é positivo, contrariamente ao que o presidente do PSD interpretou. É preocupante. É necessária uma reflexão profunda sobre o seu modo de funcionar e sobre as propostas que apresentou para garantir um projecto de futuro”, disse à agência Lusa Rui Rocha.

O ex-presidente da Distrital do PSD de Leiria considerou que o partido não deve avançar para eleições antecipadas, até porque Rui Rio “foi legitimamente eleito”.

“Estar disponível para continuar ou não é uma decisão dele. Neste momento, é preciso apresentar projectos alternativos e abrir um debate democrático interno para que os militantes possam decidir o que pretendem para o futuro. A minha disponibilidade é para contribuir para um PSD melhor”, acrescentou.

Luís Montenegro é um dos nomes apontados à corrida pela liderança social-democrata e deverá confirmar, hoje à noite numa entrevista televisiva, a sua disponibilidade para avançar quando houver eleições no partido.