A Biblioteca Municipal de Pombal abriu ontem as portas de um novo espaço de descoberta baseada na inovação e na experimentação, que coloca ao dispor dos seus utilizadores ferramentas digitais e analógicas que lhes permitem aprender fazendo. Falamos do Dóing Pombal, que se apresenta como o primeiro espaço maker integrado numa biblioteca municipal em Portugal. Até agora, existiam apenas quatro espaços destes a nível nacional e localizados em centros de ciência viva.

O Dóing Pombal “é um espaço que valoriza não só o comportamento intelectual, mas essencialmente o saber fazer coisas com as mãos”, explicou Pedro Pombo, director da Fábrica do Centro de Ciência Viva da Universidade de Aveiro, parceira do Município na implementação e desenvolvimento deste projecto que considerou “arrojado e inovador”.

Afinal, a sala que antes era reservada para vídeo e jogos, apresenta agora de “um conjunto de equipamentos que permitem trabalhar um leque variado de ideias” com recurso a “ferramentas analógicas, de electricidade, de electrónica e de robótica”.

A ideia é abrir a biblioteca para “outro tipo de descobertas” relacionadas com “a inovação e a experimentação”, onde os jovens podem pôr em prática as suas ideias, “trabalhando a ciência, a tecnologia, a engenharia, as artes e a matemática” de forma “multidisciplinar e interdisciplinar”, que privilegia “uma metodologia de aprender fazendo”.

Para isso, aquele espaço está equipado com máquina de corte, impressora 3D, máquina de gravação a laser, bem como vários equipamentos oficinais e educativos, possibilitando “soluções muito abrangentes”, que “tanto permitem fazer programação mais avançada, como desenvolver as ideias dos mais pequenos”.

“O Município de Pombal foi inovador e arrojado ao avançar com um espaço maker na Biblioteca Municipal”, frisou Pedro Pombo, esperando que esta iniciativa seja “um tubo de ensaio para criar uma rede destes espaços em Portugal”, à semelhança do que já existe nos Estados Unidos e em vários países da Europa.

Para o presidente da autarquia, Diogo Mateus, este novo espaço permite à Biblioteca Municipal acompanhar os novos tipos de conhecimento, elevando o conceito de biblioteca de modo a acrescentar à sua forma mais clássica “outro tipo de exortação ao pensamento, às viagens, à intelectualidade, à criação, à inovação e à experimentação”. E o Dóing Pombal “enquadra-se perfeitamente nesse conceito e nesses objectivos”, uma vez que possibilitam “descobrir e inventar uma imensidão de coisas”, mas também “potenciar o sucesso escolar” e “apoiar o sector industrial” local.

CARINA GONÇALVES