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Pombal vai perder dois vereadores em 2021

30 de Agosto 2019

Menos pessoas, menos votantes, menos eleitos… A constante perda de população vai obrigar o município de Pombal a fazer contas de subtrair já no próximo mandato autárquico. A quebra acentuada de eleitores vai custar dois vereadores à Câmara Municipal, o que deverá acontecer já nas eleições autárquicas de 2021.

No início do Outono de 2021, os portugueses serão chamados a votar para escolher os seus representantes locais. E em Pombal não será excepção. Até aqui nada de novo, a não ser a diminuição do número de cidadãos recenseados.

Afinal, a população está a encolher e os “culpados” são, entre outros, os novos emigrantes e o decréscimo da taxa de natalidade. Todavia, este não é um problema exclusivo de Pombal, mas transversal a todo o território nacional e mais evidente no Interior. Não é o caso de Pombal, porém não é por isso que o concelho passa ao lado da emigração. Aliás, trata-se de um dos municípios a nível nacional que mais população “deu” ao mundo, com emigrantes espalhados pelos quatro cantos do globo.

Ora, a nova vaga emigratória, aliada a um saldo natural negativo (diferença entre o número de nascimentos vivos e de óbitos), está a provocar um decréscimo populacional. O resultado são territórios desertificados e envelhecidos, que espelham bem a evolução demográfica dos últimos anos marcada pela saída de população activa e a diminuição do número de bebés.

E como não poderia deixar de ser, estes números reflectem-se também em termos eleitorais. Menos pessoas significam menos recenseados e o decréscimo populacional é acompanhado pela queda do número de votantes. E estes indicadores são bem visíveis nos últimos dados de recenseamento eleitoral, que evidenciam o declínio da população.

O concelho de Pombal está a perder cerca de 1.500 eleitores a cada dois anos, devendo chegar a 2021 já umas largas centenas abaixo dos 50.000 votantes, o limite mínimo para assegurar os actuais nove eleitos na Câmara Municipal. Com a tendência registada até agora a persistir, como tudo o indica, nas próximas autárquicas os eleitores pombalenses só poderão eleger sete vereadores, o que significa que o executivo perderá dois elementos.

Nas autárquicas de 2017, Pombal tinha 52.182 eleitores inscritos e há poucos meses aquando das eleições Europeias tinha 50.049, segundo dados da Secretaria Geral do Ministério da Administração Interna, fornecidos ao TERRAS DE SICÓ.

Segundo o mesmo organismo, neste momento ainda não há dados relativos aos recenseados para as Legislativas do próximo dia 6 de Outubro, devendo o total de inscritos ser apurado só depois do dia 21 de Setembro. Contudo, tendo em conta a tendência dos números e a escassa margem verificada em Maio passado, nesta altura o concelho já deverá estar abaixo da fasquia dos 50.000 recenseados, número a partir do qual entra numa nova “estrutura eleitoral”, que determina que o executivo camarário seja constituído por sete membros (o presidente e seis vereadores).

Este cenário, que já se antecipava dada a constante perda de população e de eleitores nos últimos anos, vai obrigar a novas contas e a um reposicionamento político dos partidos já para as Autárquicas de 2021.

De referir que o actual executivo da Câmara Municipal de Pombal é constituído por cinco elementos do PSD, três do NMPH (Movimento Narciso – Mota Pombal Humano) e um do PS. Se a redução para sete eleitos já estivesse ocorrido nas eleições de 2017, não teriam “entrado” Anabela Neves (NMPH) e Pedro Brilhante (PSD).

 

Sem mexidas

A título de curiosidade, refira-se que nas Terras de Sicó não se prevê nos anos mais próximos qualquer outra alteração nas composições dos executivos municipais. Dos restantes cinco concelhos, Ansião (11.358 votantes, segundo os últimos dados conhecidos) é aquele que está mais próximo de perder eleitos, todavia ainda longe da barreira dos 10.000 recenseados, que faz descer para cinco o número de membros do executivo. Por outro lado, Alvaiázere (6.097) e Penela (4.860) já estão no nível mais baixo, destinado aos concelhos com menos de 10.000 eleitores. Num território onde predomina a tendência de perda de população, Condeixa marca pela diferença, tendo registado nos últimos anos um aumento de cidadãos recenseados.

CARINA GONÇALVES


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