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Departamento Nacional das Matas Públicas será instalado na Marinha Grande

4 de Julho 2019

O Departamento Nacional das Matas Públicas vai ser instalado, ainda este mês, na Marinha Grande, distrito de Leiria, anunciou hoje o ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos.

O governante falava na comissão parlamentar de Agricultura e Mar, numa audição a requerimento do CDS-PP e do BE para serem prestados esclarecimentos sobre a situação do Pinhal de Leiria, que ardeu em 2017.

Capoulas Santos sublinhou que o Governo está “a proceder a uma profunda reestruturação” do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), adiantando que este departamento nacional, que pretende fazer a recuperação das matas públicas e se localizará nas instalações do ICNF, “será técnica e humanamente apetrechado”.

À margem da sessão, o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Miguel Freitas, explicou à agência Lusa que o Departamento Nacional das Matas Públicas “está criado no âmbito da nova lei orgânica do ICNF” e “vai coordenar tudo o que se faz nas matas púbicas”.

“Portanto, vai ter um corpo técnico próprio, instalado na Marinha Grande, para fazer a coordenação de todo o investimento, toda a gestão das matas públicas, e depois vai trabalhar muito proximamente com aquilo que são as divisões que foram criadas em todas as direções regionais de matas públicas”, afirmou.

Segundo Miguel Freitas, o departamento contará com “18 milhões de euros para fazer a recuperação das áreas ardidas das matas do litoral” e o objetivo do Governo é que “muito rapidamente tenha 10 técnicos, sediados na Marinha Grande, e um conjunto de divisões em todas as direções regionais, para depois fazer a gestão das matas públicas”.

“Esta ideia consolidou-se com os incêndios e a sua localização decorre naturalmente do facto da grande prioridade que o Governo tem em recuperar as matas públicas”, disse ainda o secretário de Estado.

Falando na comissão, Capoulas Santos destacou também que a madeira mais valiosa já foi “integralmente vendida”, correspondendo a uma receita de 13,6 milhoes de euros.

O presidente ICNF, Nuno Banza, afirmou na quarta-feira que já foram rearborizados 1.039 hectares de um total de cerca de 2.500 do Pinhal do Rei, mais conhecido por Pinhal de Leiria.

Os incêndios de 15 de outubro destruíram cerca de 190.000 hectares de floresta, que correspondem a 45% da área ardida em todo o ano de 2017.

Em dados fornecidos à Lusa em 21 de junho, o ICNF avançou que, em 2017, efetuou ações de estabilização de emergência pós-incêndio, que, em 2018, realizou ações de controlo de plantas exóticas invasoras e que, em 2018 e 2019, foram executadas ações de rearborização em 1.039 hectares.

O ICNF revelou ainda os investimentos programados entre 2019 e 2022, num total de 4,4 milhões de euros.

Segundo o ICNF, vão ser investidos cerca de dois milhões de euros na rearborização de ardidos, numa área de 1.482,12 hectares, e 1,4 milhões de euros na beneficiação de 28,3 quilómetros de rede viária florestal.

LUSA


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