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Condeixa: Museu de Conímbriga precisa de reforçar equipa de restauro

8 de Julho 2019

O director do museu nacional de Conímbriga, José Ruivo, alertou hoje para a necessidade de a equipa de restauro da instituição ser reforçada com a contratação de novos profissionais.

Dirigindo-se à directora-geral do Património Cultural, Paula Araújo da Silva, numa sessão pública no auditório do Museu Monográfico de Conímbriga – Museu Nacional, em Condeixa, José Ruivo disse que, caso não sejam contratados mais técnicos, “algumas das imagens que abrilhantam” o complexo arqueológico junto do público “poderão não passar de uma evocação nostálgica”, dentro de anos.

Ao admitir que se trata de “uma situação que não é fácil de ultrapassar”, o director do museu pediu a intervenção da responsável máxima da Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC).

Paula Silva reconheceu a necessidade de resolver a falta de pessoal especializado na área do restauro, no Museu de Conímbriga, mas realçou ser “um problema transversal” a diferentes serviços sob a alçada da DGPC, com “envelhecimento das equipas”.

“É um problema absolutamente transversal a toda a Administração Pública”, sublinhou.

Também o presidente da Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova, Nuno Moita da Costa, disse que “a tutela, ao longo dos anos, se tem esquecido um pouco de Conímbriga”.

“Falta as Finanças libertarem o dinheiro para a Cultura”, afirmou o autarca do PS, realçando a importância de o Museu Monográfico cumprir a sua missão local, nacional e internacional, no estudo e divulgação da herança da romanização em Portugal, área em que a autarquia também aposta, através do PO.RO.S – Museu Portugal Romano em Sicó, procurando atrair novos públicos ao concelho.

Brasileiros lideram

Os visitantes estrangeiros representam 50% dos públicos do Museu Monográfico de Conímbriga (MMC) e os brasileiros lideram este grupo com 33% da afluência a este espaço cultural e de investigação, foi hoje anunciado.

“Os públicos estrangeiros têm diversas proveniências (…), entre as quais se destaca com clareza o Brasil, com 33%”, segundo um estudo apresentado no auditório deste museu nacional, na presença da directora-geral do Património Cultural, Paula Araújo da Silva.

Além dos 50% de visitantes nacionais, sendo 3% residentes noutros países, a metade da procura do MMC reúne públicos de 38 nacionalidades, disse José Soares Neves, coordenador científico da equipa de análise dos resultados do trabalho, que abrangeu os 14 museus nacionais tutelados pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).

“Outros países com percentagens significativas, embora a larga distância do Brasil, são Espanha (16%), França (13%) e Inglaterra (9%). Somados, os públicos provenientes destes quatro países representam mais de metade dos estrangeiros”, salientou o investigador do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa.

Dos públicos estrangeiros, 5% vivem em Portugal. “Os públicos nacionais residem maioritariamente na região Centro (51%), onde está localizado o museu”.

Segundo o estudo, “merecem ainda referência a Área Metropolitana de Lisboa e a região Norte, ambas com 21%”, com os públicos de nacionalidade portuguesa a registarem um “valor ligeiramente abaixo do conjunto dos museus participantes no estudo”.

“Os museus, para terem visitantes e estarem muito atualizados, têm de ter outras actividades” associadas ao seu trabalho principal, incluindo conferências e exposições temporárias, defendeu Paula Silva, durante a sessão.

Em declarações aos jornalistas, a directora-geral da DGPC disse que a realização destas actividades “é absolutamente essencial para os museus estarem vivos”, já que “as actuais exigências das pessoas também são diferentes” do passado.

O trabalho do estudo no terreno “decorreu numa base diária”, durante um ano, envolvendo os 14 museus nacionais, entre 3 de Dezembro de 2014 e 2 de Dezembro de 2015.

A amostra do Museu Monográfico de Conímbriga, em análise, é constituída por 1,142 questionários válidos, dos quais metade de portugueses e os restantes de outras nacionalidades.

A divulgação dos resultados do estudo foi antecedida da apresentação da edição de Julho da revista National Geographic Portugal, que inclui uma reportagem sobre a cidade romana de Conímbriga, intitulada “As Sete Vidas de Conímbriga”, com a participação de Paula Silva, do director do Museu Monográfico, José Ruivo, do diretor da publicação, Gonçalo Pereira, e do presidente da Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova, Nuno Moita da Costa.

LUSA


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