O tradicional “ramo” de pinhões sai à rua este domingo (9), na aldeia do Espírito Santo, na freguesia de Soure, cumprindo o centenário costume das festas locais. São cerca de 300.000 pinhões, em 800 fiadas de um metro, a enfeitar o andor, ou “ramo”, que percorre a ruas para gosto e emoção de muitos dos que assistem à sua passagem.
“Sente-se alguma emoção porque é uma obra de arte que está ali, e que toda a gente ajuda a concretizar”, salienta Pedro Miranda, um dos mordomos da festa em honra do Divino Espírito Santo, que tem início esta sexta-feira (7) e se prolonga até à próxima segunda-feira (10).
O começo da tradição perde-se no tempo, mas até hoje todos os anos é cumprida, para gáudio das gentes locais, que com maior ou menor dificuldade a tem conseguido manter, pese embora o “muito trabalho” que a sua organização acarreta.
“Começamos a trabalhar em finais de Agosto, princípios de Setembro, do ano anterior, na apanha da caruma que depois vai ser usada para assar as pinhas, dando-lhe calor para elas abrirem e sacarmos os pinhões. Em Dezembro andamos dois ou três domingos a apanhar pinhas, que são cada vez mais escassas, e a partir de Janeiro são dois meses a partir 40 alqueires de pinhões e a colocá-los em fios”, conta Pedro Miranda, fazendo notar o envolvimento da população na ajuda à meia dúzia de mordomos que a cada ano toma a responsabilidade de organizar os festejos.
A tarefa seguinte e “minuciosa”, a requerer “muita paciência”, é a decoração do “ramo”, para que no domingo da festa este esteja preparado para, antes da missa, deixar a casa de um dos mordomos rumo à capela e daí, após a celebração, seguir a abrir a procissão pelas ruas da localidade. A eucaristia terá início pelas 15h30.
No dia seguinte, deixará a capela em direcção à habitação de um dos mordomos do ano seguinte, para ser desmanchado e os pinhões distribuídos por aqueles que contribuíram no peditório para a festa.
O “ramo” assume-se como um “marco” dos festejos no Espírito Santo e sem esta tradição estaríamos perante umas “festas normais, como acontece um pouco por todo o lado”, reconhece Pedro Miranda.
“Estamos confiantes que com bom tempo voltaremos a ter pessoas de muito lado, uma grande afluência de gente do concelho e dos municípios vizinhos”, salienta aquele responsável.
Os momentos de convívio nas noites das festas do Espírito Santo terão animação musical com o grupo Sem Batuta (dia 8), GMB e Rosinha (9) e Big Jovem (10).
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