A tendência das discussões é, não raras vezes, perder-se nalgum clubismo partidário, sobretudo as que se relacionam com políticas territoriais. Deixo também, aqui no nosso Jornal das TERRAS DE SICÓ, uma reflexão que fiz sobre Coimbra e a região. Valemos por aquilo que somos e fazemos, mais do que por aquilo que fomos ou fizemos. Aqui fica uma inquietação.
O mundo mudou. Literalmente. Se pensarmos na dimensão da comunicação digital e das tecnologias de informação, nas dinâmicas empresariais, no modo como os Estados estão condicionados de forma global, na conceptualização do território europeu e na forma como os mais jovens assim o encaram, qualquer análise estratégica realizada há 10 anos estará necessariamente obsoleta ou afunilada.
Não tem muita importância se uma determinada cidade ou território está ou não a perder a sua influência. Mais importante é percepcionar se essa cidade ou território pensa de forma estratégica, encontrando a melhor forma de ser competitiva na atracção de fontes de rendimento, de empresas, de turistas e na fixação de jovens. Não há futuro, sem juventude e sem massa crítica. E é sobre estas variáveis estratégicas que, nestes novos tempos, as regiões e as cidades devem trabalhar. E por falar em novos tempos, nestes tempos, a velocidade com que se conseguem atingir metas e concretizar acções é determinante. Dito de outra forma, quando se pretende atingir algum objectivo, é essencial chegar lá mais depressa. Designamos tal variável como a dinâmica das cidades. A burocracia da administração e a formalidade dos actores são os principais inimigos da dita dinâmica.
Mais do que discutir influência ou falta dela, o mais importante para os cidadãos é reconhecer que a sua cidade e região tem o domínio do diagnóstico e o plano estratégico definido com métricas que possam ser medidas e corrigidas sempre que necessário. É uma nova dimensão de políticas nos poderes autárquicos e regionais. O que acontece, não raras vezes, é que os decisores gastam demasiado tempo em representações políticas e em minudências que deveriam estar devidamente organizadas noutro patamar hierárquico, de modo a libertarem-se para liderar estratégias e temas que proporcionem a diferença e futuro para os mais jovens. Quem não o fizer, verá essa juventude e massa crítica ser drenada para outras cidades, regiões ou até outros países. E isso será muito grave. Espero vivamente que Coimbra e a região façam o seu caminho com os olhos postos para além dos actuais mandatos, das actuais nomeações e das urgências quotidianas porque quem só trata disso ficará para trás. E ficando para trás, obviamente que se perderá influência e mais tudo o resto que cria valor num território regional.
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