A vila de Penela assinalou esta terça-feira (21) o primeiro aniversário da morte de António Arnaut e 40 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com a plantação de uma oliveira que simboliza a defesa daquele sistema e serve igualmente de homenagem ao “seu fundador e principal defensor”, António Arnaut. A árvore, que “representa a resistência e a resiliência”, foi erguida no Parque das Águas Romanas, “virada para o Centro de Saúde e fundamentalmente para aqueles que têm de recorrer a este serviço”, realçou o presidente da Câmara Municipal de Penela, Luís Matias.
É um gesto carregado de simbologia que a Liga de Amigos dos Hospitais da Universidade de Coimbra (LAHUC) vem promovendo desde 15 de Setembro de 2009, ano em que se comemorou os 30 anos do SNS com a plantação de uma oliveira no Parque Verde do Mondego, em Coimbra. Desde essa altura e até 2017, com a participação de António Arnaut, a LAHUC assinalou este dia com a “rega da oliveira SNS”.
Este ano, em que se completam 40 anos deste serviço, a Liga decidiu plantar a segunda árvore em Penela, terra natal de António Arnaut, e propor a todos os municípios do país a plantação da “oliveira SNS”, como “um tributo ao dr. António Arnaut e ao SNS”, explicou Isabel Garcia, presidente da Liga, realçando que a escolha da oliveira não foi em vão, afinal esta é uma “árvore resistente, resiliente, duradoura e bem portuguesa”.
“A oliveira é de facto a árvore certa para representar não só o SNS, mas fundamentalmente o dr. António Arnaut que foi sempre um homem resiliente e defensor daquilo que acreditava”, sublinhou o autarca penelense, recordando que a “vontade” do seu fundador era que este “seja sempre um serviço universal e acessível a todos”.
Para Luís Matias, “este é de facto um momento simbólico, mas não deixa de ser muito importante” porque, mais de que “um memorial” de homenagem ao “fundador e principal defensor” do SNS, esta oliveira serve igualmente para relembrar “a responsabilidade de todos continuarmos na defesa deste serviço”, que é “um dos melhores sistemas nacionais de saúde do mundo, com profissionais na área extraordinários”.
Também Avelino Pedroso, director do ACES Pinhal Interior Norte, defende que “o SNS deve ser para todos”, todavia considera que “temos ainda um longo caminho a percorrer”, mas já “são muitas as sugestões e contributos” para melhorar este serviço.
“O que está em discussão é uma nova lei de bases da saúde”, afirmou António Miguel, neto de António Arnaut, convicto de que “se continuarmos numa situação em que o Estado é forçado por lei a apoiar a medicina privada, chegaremos a um ponto em que a solução é um cancro para cada português”. E vai mais longe. “Se não há discussão no que toca à justiça e segurança no sentido de privatizar estes sectores, a saúde é a área que falta na qual temos de evoluir para que não haja discussão entre a esquerda e a direita”. Afinal, “se quando nos falta justiça e segurança a nossa vida pára, seguramente que quando nos falta saúda a nossa vida também pára”.
Por fim, Ermelinda Arnaut, viúva de António Arnaut, agradeceu esta singela homenagem e deixou votos para que a “oliveira SNS” ali plantada “tenha boas raízes, cresça em paz e dê bom fruto”.
CARINA GONÇALVES
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