7 de Setembro de 2024 | Quinzenário Regional | Diário Online
PUBLICIDADE

Penela: “Mercado” no Rabaçal valoriza a fileira do queijo

25 de Abril 2019

O Mercado do Queijo e dos Romanos, que o Rabaçal acolhe no próximo dia 28 de Abril, será o primeiro integrado no âmbito do projecto de valorização da fileira do queijo da região Centro, que abrange três de Denominação de Origem Protegida (DOP) – Rabaçal, Serra da Estrela e Beira Baixa –, e agrega dezena e meia de parceiros, num investimento de quase 2,3 milhões de euros, 75% financiado pelo programa Centro 2020, a desenvolver no período de dois anos.

O evento faz ainda parte da promoção da bem-sucedida candidatura à distinção “Coimbra, Região Europeia de Gastronomia”. “O queijo Rabaçal é um dos produtos de qualidade que está identificado na região como fazendo parte dessa candidatura, e este evento é uma boa oportunidade para apreciar este produto”, afirma Luís Matias, presidente da Câmara Municipal de Penela, autarquia que organiza o evento, em parceria com a União de Freguesias de S. Miguel, Santa Eufémia e Rabaçal.

Para além do afamado queijo e das várias vertentes a ele associadas, a iniciativa promove igualmente outros produtos endógenos da região, como o azeite, o mel ou o vinho, dinamizando a gastronomia local e também o artesanato.

“O Mercado do Queijo e dos Romanos é daqueles eventos que têm ganhado escala, dimensão, a que as pessoas gostam de vir, tem muita adesão do público e também dos produtores”, refere o autarca.

Para Luís Matias, “o modelo tem funcionado bem e as alterações são de detalhe, de tentar melhorar a qualidade do evento para atrair cada vez mais público e para que se faça mais negócio, porque não podemos esquecer que a iniciativa procura permitir aos produtores, fundamentalmente de queijo, mas também de outros produtos, criar novas redes, novos mercados para poderem vender os seus produtos”, sublinha.

 

“S. Pedro” condiciona

A estação arqueológica da villa romana do Rabaçal é o local por excelência escolhido para a realização anual desta jornada de promoção e divulgação do território e de um dos seus produtos de referência, porém, se as condições climatéricas não o permitirem, o que tem sucedido amiúde, o certame terá lugar numa tenda a instalar no antigo campo de futebol.

Além dos espaços de exposição dos diversos produtores, a iniciativa contará com um mercado de agricultura tradicional e familiar, oficinas infantis de fabrico do queijo e do pão e atelier do mosaico, bem como de visitas guiadas ao museu e à estação arqueológica local.

As Jornadas dos Lacticínios (10h00), já na 7.ª edição, trazem ao evento “a produção do queijo numa vertente mais técnica, mas que interessa à fileira do queijo”. O programa contempla a caminhada “Rota do Queijo Rabaçal” (9h00), recriações históricas ligadas aos romanos (12h00 e 15h00), desfile etnográfico (15h30) e XIX Festival de Folclore do Rabaçal (16h00).

Atracção será, mais uma vez, “o maior queijo Rabaçal do mundo”, a confeccionar com cerca de 500 litros de leite e que pesará à volta de 50 quilos, estando “preparado” para ser degustado por participantes e visitantes do Mercado.

 

Pequenos ruminantes

Reforçando a sua importância na fileira agro, o Rabaçal é um dos locais escolhidos para a construção de um dos dois mercados de gado para pequenos ruminantes (o outro será em Almoster, Alvaiázere), cuja candidatura a apoio financeiro foi já submetida pela Associação de Desenvolvimento Terras de Sicó. “Estamos a aguardar que o Programa de Desenvolvimento Rural aprove a candidatura, o projecto do Rabaçal está concluído e será para colocar no terreno assim que esteja aprovado”, adianta Luís Matias, que também lidera aquela associação.

 

Aposta passa por juntar o romano e o medieval

O “Mercado” do dia 28 é do queijo e dos… romanos, mas estes estão com dificuldades de “afirmação”. Elemento distintivo (também) deste território de Sicó, a romanização não tem encontrado os apoios estatais necessários à sua valorização. Último exemplo disso, o Eixo da Romanização “descontinuado das políticas públicas por falta de enquadramento”.

Perante este cenário, “o que estamos a fazer, através da Rede de Castelos e Muralhas do Mondego, é tentar activar esse produto romano, ´cozendo-o´ também com o medieval, na verdade dois produtos que estão muito presentes no nosso território e fazem sentido serem promovidos em conjunto”, refere Luís Matias, que também preside àquela rede.

“Temos feito algumas acções de estruturação e neste momento estamos a concluir um trabalho com a Universidade de Coimbra de mapeamento nos municípios da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra do seu património, para estabelecermos um produto holístico que tenha desde a romanização até à época medieval, percebendo que são 1.500 anos de história que merecem ser tratados em conjunto”, revela o autarca, defendendo a aposta num “produto compósito que permita a valorização do território como um todo”.

LUÍS CARLOS MELO


  • Director: Lino Vinhal
  • Director-Adjunto: Luís Carlos Melo

Todos os direitos reservados Grupo Media Centro

Rua Adriano Lucas, 216 - Armazém D Eiras - Coimbra 3020-430 Coimbra

Site optimizado para as versões do Internet Explorer iguais ou superiores a 9, Google Chrome e Firefox

Powered by DIGITAL RM