Os Bombeiros Voluntários de Alvaiázere concretizaram a ambição antiga de ampliar e remodelar o quartel. A inauguração da obra, que permitiu melhorar as condições dos soldados da paz, marcou a sessão comemorativa do 79.º aniversário daquela Associação Humanitária, que se realizou no passado dia 10 de Março.
“Celebramos hoje mais um aniversário da nossa Associação e inserimos no programa mais um marco histórico importante na sua vida: a inauguração e bênção das instalações remodeladas e ampliadas”, enfatizou o presidente da direcção da Associação Humanitária, visivelmente satisfeito por dar por concluída a ambição de ampliar o quartel, que se arrastava há anos.
“Após longos meses de sacrifícios diários, aí temos o produto final, a prenda que, em nome da direcção ofereço aos nossos bombeiros”, continuou Joaquim Simões, certo de que “a sua fidelidade, a sua abnegação, o seu altruísmo e dedicação são credores de todos os esforços que fizemos e que venhamos a fazer”. Afinal “foi por eles e para eles que assumimos, talvez num dos piores momentos da Associação, este desafio” que representa “um avultado investimento, tendo em conta a realidade da tesouraria da nossa Associação”.
Mesmo assim, o dirigente garante que não “hipotecaram o futuro dos bombeiros”, como muitos disseram quando a direcção decidiu avançar com a ampliação e remodelação do quartel, que representou um investimento superior a 656.000 euros, financiado pelo programa POSEUR. Afinal, “mesmo a mais insignificante despesa é objecto de reflectida ponderação, tendo sempre em conta os superiores interesses da Associação e a melhoria das condições da operacionalidade dos bombeiros da nossa terra”, assegurou Joaquim Simões, congratulando o comandante Mário Bruno por este “marco histórico”, pois foi ele o “grande impulsionador e defensor de mais e melhores condições para os seus homens e mulheres”.
Além do comandante, também Sandra Simões, Rui Silva e Artur Caetano da Silva contribuíram para que esta ambição se tornasse realidade, motivo pelo qual foram proclamados sócios honorários da Associação Humanitária. “Sem estes três vértices do triângulo não poderia haver esta candidatura que foi aprovada pelo POSEUR, que permite que estejamos aqui hoje a inaugurar as obras de remodelação e ampliação do quartel”, realçou o comandante Mário Bruno, agradecendo ainda “o apoio e firme colaboração” dos restantes membros de comando, pois “tudo o que fazemos nesta casa em prol dos bombeiros é feito em equipa, nenhuma das decisões ou atitudes são tomadas isoladamente”.
“Acumulação de dívida”
O presidente da direcção dos Bombeiros de Alvaiázere alertou ainda para a “acumulação de dívida” do Estado, que “arruínam e enfraquecem” as associações humanitárias.
“Se Estado sabe que as associações humanitárias dos bombeiros são de carácter humanitário e sem fins lucrativos, porque não lhes paga o que lhes deve?”, questionou Joaquim Simões, adiantando que “não pedimos que pague na hora nem ao mês”. “Mas meses e meses de acumulação de dívida arruínam e enfraquecem a nobre acção desenvolvida pelas Associações”, advertiu.
“Como é possível sustentar este estado de coisas?”, interrogou aquele dirigente, sublinhando nos primeiros meses deste ano “as viaturas desta Associação percorreram mais de 65.000 Km, sendo que, a grande maioria deles, o foram no transporte de doentes urgentes ou com credencial”. Todavia, “em Janeiro nada foi pago pelos Hospitais, INEM e ARSC” e a quantia paga pelo INEM e IPO em Fevereiro (4.498,56 euros) “nem chegou para liquidar à Segurança Social e ao Estado”. Assim sendo, “como podemos assegurar o pagamento do combustível, manutenção das viaturas, seguros e outras despesas de funcionamento?”, perguntou Joaquim Simões, dirigindo-se ao secretário de Estado da Protecção Civil, José Artur Neves.
CARINA GONÇALVES
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