Um projecto hoje apresentado na Figueira da Foz, que reúne a autarquia local e especialistas em pediatria e desenvolvimento infantil, pretende fazer a detecção precoce em crianças de cinco anos do eventual insucesso escolar.
Apresentado hoje por Dulce Helena, médica pediatra do Hospital Distrital da Figueira da Foz, o projecto, que irá vigorar durante três anos lectivos – até ao final do actual mandato autárquico – tem como público-alvo 178 crianças de cinco anos, alunos dos jardins-de-infância da rede pública da Figueira da Foz, no distrito de Coimbra.
Após o consentimento informado e autorização dos encarregados de educação, as crianças serão avaliadas em vários parâmetros, desde a componente verbal, capacidade de memória, maturidade, leitura e escrita, entre outras iniciativas relacionadas com o desenvolvimento cognitivo dos menores.
“Vamos poder conhecer os pontos fortes e fracos das crianças”, assinalou Dulce Helena, na sessão hoje realizada.
Financiado na totalidade pela autarquia com cerca de 20 mil euros por ano, o estudo envolve a Câmara Municipal e uma equipa multidisciplinar da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) da Figueira da Foz, com a colaboração das famílias das crianças, professores e direcção dos agrupamentos escolares.
Terá, em cada ano, a duração de seis meses e culmina num relatório final, que será disponibilizado em duas versões, uma para os profissionais envolvidos, outro para as famílias.
Na sessão, António Padrão, presidente da APPACDM da Figueira da Foz, justificou a opção dos autores do projecto pelas crianças de cinco anos, argumentando que as dificuldades destes na escola só são reveladas a partir do segundo ano de estudos (aos sete anos, na maioria dos casos) ou mais tarde, já que a passagem do primeiro para o segundo ano “é automática”.
“Quando chegam ao segundo ano os professores debatem-se com hiperactividades, dislexias, atrasos na linguagem e aprendizagem lenta. Estamos convictos de que podemos fazer melhor, porque em muitos casos esta detecção é tardia e pensamos poder antecipá-la”, afirmou.
Já João Ataíde, autarca da Figueira da Foz, manifestou-se “absolutamente empenhado” no projecto hoje apresentado, enfatizando esperar que este desafio de combate ao insucesso escolar “possa ser um projecto de sucesso escolar”.
Lembrando que a missão e a competência dos municípios nos dias de hoje passam por “criar uma rede entre o saber e as necessidades” da população, João Ataíde considerou o projecto da APPACDM como “inovador” e manifestou o desejo de que a iniciativa se possa estender a outras entidades públicas.
LUSA
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