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Paulo Júlio

Dividir para reinar!

15 de Fevereiro 2019

Voltou ao debate público, um tema que realmente nos fazia muita falta e que nos atormenta as preocupações. Regionalizar Portugal, pelos vistos, segundo um estudo publicado esta semana é um objectivo de grande parte dos autarcas portugueses. Não sei se o é verdadeiramente. Penso mesmo que algum político que se manifeste contra a regionalização poderá temer ser incompreendido porque realmente o Estado é centralista. O ponto é como se deve resolver o centralismo.

A minha opinião é que não será com certeza com regionalizações “pensadas” a trote e estimuladas por sentimentos de bairrismo serôdio. A novidade nesta discussão é que um eventual futuro referendo deverá ter, ele próprio, resultado regional, permitindo que uma determinada região poderá ter autonomia, apesar do eventual resultado negativo nacional. Estamos perdidos. Temos um Estado falido. Temos um País municipalista. A área do território Português é minúscula. Não temos diferenças regionais nem  históricas que nos diferenciem. Temos uma classe política desfasada da realidade e que se alimenta do sistema. Depois, temos uns ex-políticos, isso, o que mais relevante fizeram foi serem qualquer coisa na política que se arrogam a pensar mais e melhor.

Somos um País governado por gente que olha para o Povo como se de parolos se tratassem. Acham que fazendo uma comissão “independente” e cheia de velhos ex-políticos constituída por  nomes com mais ou menos notoriedade, o caminho da influência sobre o tema fica mais macio. Os problemas de centralismo em Portugal têm resolução com uma análise de competências e uma distribuição pelos níveis do Estado já existentes, bem como pelos municípios, comunidades intermunicipais e áreas metropolitanas.

Os problemas têm resolução com lideranças  e centros de responsabilidade com proximidade, não se resolverão com mais cargos políticos, com mais eleições e com mais níveis na hierarquia do Estado. Não sei a quem isto interessa, mas seguramente não é aos portugueses.

Aqui ao lado em Espanha, que historicamente tem vários países no Reino, o que se percebe é que o centralismo existe porque é em Madrid que se decide. Existem regiões, existem mais de oito mil municípios, ninguém se entende, a despesa pública é homérica, os dislates como o nosso aeroporto de Beja, multiplicaram-se.

A minha esperança é que os mentores desta bela ideia sigam para a reforma rapidamente até porque alguns deles já são “políticos” há demasiado tempo.


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