A 10.ª edição do Trail de Conímbriga Terras de Sicó parte para os trilhos dentro de poucas horas. À meia-noite, cerca de 400 atletas iniciam, em Condeixa, a prova de 111 km.

Hoje à tarde, junto às Ruínas de Conímbriga, a autarquia condeixense procedeu ao descerramento de um marco comemorativo de uma década do evento.

“São 10 anos de um esforço conjunto, mostrando que em parceria conseguem-se fazer coisas positivas e a associação O Mundo da Corrida está de parabéns porque, com o apoio da câmara municipal, conseguiu fazer deste o trail com mais participações em Portugal”, referiu ao TERRAS DE SICÓ o presidente da edilidade, Nuno Moita, no singelo acto.

Para o presidente de O Mundo da Corrida, Eduardo Santos, “foram 10 anos em que edição após edição tentámos melhorar o que correu menos bem no ano anterior, e esta placa que assinala a década da prova marca todo o trabalho que fizemos até agora e marcará por certo as futuras edições”.

O Trail vai contar com cerca de 3.300 participantes, superando os números de 2018 e “ficando muito perto de bater o recorde de há três anos”. “Três das quatro provas aumentaram bastante a participação e apenas uma (25 km) diminuiu, porque os atletas optaram pelas distâncias mais longas”, explica Eduardo Santos.

Com os mesmos traçados do ano transacto, as duas provas de maior distância (111 e 52 km) serão igualmente corridas no primeiro dia (amanhã, sábado), reservando o domingo para as tiradas de 25 e 15 km, esta última a incluir uma caminhada.

A Praça da República, em Condeixa, mantém-se como o “centro nevrálgico” da prova, embora a partida dos “52 km” aconteça de novo este ano em de Ramalhais de Cima, na freguesia de Abiul (Pombal).

Cerca de 400 “bravos” atletas estão inscritos para participar nos “111 km”, com partida marcada para as 00h00 do dia 23, número semelhante aos participantes na prova de “52 km”, com início às 9h30.

Para a manhã de domingo está programada a partida das provas de menor distância – 25 (9h00) e 15 km (10h00).

“O tempo vai ajudar e até nos causa alguma preocupação, sobretudo por aqueles atletas do meio do pelotão que amanhã vão andar a correr durante o dia. Os previstos 24 graus já é uma temperatura alta para andar no meio da serra”, refere o dirigente.

Novidade na prova de Trail Ultra Endurance (111 km) é o facto de “todos os atletas levarem um aparelho geolocalizador, como acontece nas provas internacionais, o que vai permitir acompanhar o seu percurso em tempo real, e é também importante nas questões de segurança”, sublinha Eduardo Santos, frisando tratar-se de um sistema “muito mais eficaz do que os métodos que utilizávamos anteriormente”.

Os trilhos estarão, este ano, sinalizados com mais de mil bandeiras reflectoras, “evitando que haja plástico [das fitas balizadoras] na serra, que é uma recomendação do Instituto de Conservação da Natureza”.

As provas de 111, 52 e 25 km fazem parte do circuito nacional de trail, sendo que as duas primeiras atribuem pontos para a participação em provas internacionais como o Ultra Trail Mont Blanc, Lavaredo ou X Alpine.

Carlos Ferreira e Sofia Roquete, vencedores dos “111 km” no ano passado, e Jêrome Rodrigues, que triunfou em 2016 e 2017, são presenças confirmadas na partida de mais logo da praça condeixense, para a longa prova, que tem passagem por todos os concelhos de Sicó, à excepção de Alvaiázere, prometendo luta renhida pelo triunfo e a antever-se um novo recorde de tempo para efectuar o percurso.

Ruínas de Conímbriga, castelo de Penela, complexo monumental de Santiago da Guarda, villa romana do Rabaçal, canhão do vale de Poios, as buracas do Casmilo ou a cascata do rio dos Mouros, estão, ano após ano, no imaginário dos atletas, “duros dos trails”, mas apreciadores de bonitas e inspiradoras paisagens.

Pelo caminho há também lugar a pontos de “abastecimento”, sólido e líquido, com os produtos endógenos da região a fazerem a diferença na hora de retemperar forças. E aqui todos ganham, os que chegam primeiro e os outros. Até os que vão apenas a caminhar, pelo prazer lúdico de desfrutar de uma bonita manhã de sol…

Para os aventureiros de 111 km estão também instaladas ao longo do percurso, em Alvorge (Ansião) e Tapéus (Soure), duas “bases de vida”, devidamente apetrechadas com tudo o que é necessário para quem tem de suportar tamanho desgaste.

Cerca de meio milhar de pessoas, entre dezenas de voluntários, elementos da organização, bombeiros e militares da GNR estarão envolvidos na logística do evento que terá na Praça da República, em Condeixa, a funcionar mais “Feira do Trail”, com espaços de exposição para patrocinadores e associações do concelho.

O trail terá novamente uma vertente solidária, com a Caixa de Crédito Agrícola de Pombal a doar uma verba por cada inscrição, que reverterá a favor de instituições de solidariedade social.

“Estou muito confiante no êxito desta edição, não só pelo bom tempo, mas também porque em termos organizativos as coisas parece que este ano estão a correr melhor que nos anos anteriores. À 10.ª edição estamos já ‘maquinados’”, salienta Eduardo Santos.

(Na foto, Eduardo Santos [presidente da associação O Mundo da Corrida], Nuno Moita [presidente da Câmara de Condeixa], José Ruivo [director do Museu de Conímbriga] e Carlos Canais [vereador do Desporto da Câmara de Condeixa], hoje à tarde, no descerramento da placa que assinala uma década de Trail)