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Aprenda a identificar um ninho de vespa asiática mas não lhe toque

5 de Fevereiro 2019

No decorrer da XX Feira de S. Brás o apicultor Jorge Dias Henriques, que é produtor de mel com alguns anos de actividade e muitas colmeias, mostra um ninho de vespa velutina que em ponto muito alto e com ajuda de carro grua conseguiu destruir pois esta “abelha invasora” já lhe destruiu duas colmeias. A única forma de combate é prevenir o aparecimento dos ninhos e, uma vez instalados, a sua remoção completa e destruição, tarefa que só deve ser realizada por técnicos especializados. Qualquer tentativa por outros meios (nomeadamente com varas ou com armas de fogo), não só pode colocar em risco quem o fizer, como, não destruindo completamente o ninho, acabar por levar à criação de outros. Deste modo, se verificar a existência de vespas velutinas ou de um ninho das mesmas, deve contactar de imediato uma das entidades responsáveis.

O valor do apoio financeiro a atribuir por candidatura é de 10.000 euros, podendo ocorrer uma actualização do valor do apoio por motivo de “deficiente previsão ou aumento inesperado de ocorrências”, desde que exista disponibilidade de verba para o efeito, refere o documento.
Desta forma, o Governo considera que existe “neste momento uma necessidade de intervenção urgente”, obrigando a que seja encontrada uma solução financeira para apoiar a destruição dos ninhos de Vespa velutina, “aproveitando-se a presente época do ano, pelo que o Fundo Florestal Permanente, nos termos regulamentares, está em condições de proceder a um apoio nacional visando um intenso combate a este insecto”.

Várias associações de apicultores, sobretudo do norte e centro do país, alertaram para a devastação que a presença desta espécie não indígena, predadora da abelha europeia, tem causado nas suas colmeias prejudicando a produção de mel.
No final do ano passado, as autoridades, nomeadamente o Comandante Operacional Distrital de Santarém, avançava que a vespa velutina estava a propagar-se pela região centro do país, com ninhos identificados em todo o norte do distrito de Santarém.

Os Gabinetes de Protecção Civil Municipal da região centro, informam casos de avistamento e destruição de ninhos de vespa velutina nos concelhos de Abrantes, Mação, Ourém, Sardoal, Ferreira do Zêzere, Vila Nova da Barquinha e Vila de Rei, todos na região do Médio Tejo, distrito de Santarém.
Os especialistas estimam que cada ninho de vespas asiáticas possa comer meio quilo de abelhas autóctones por dia.
A presença desta espécie de vespa foi confirmada em Portugal em 2011, sendo que o principal impacto conhecido desta espécie é a predação das abelhas.

Sessão de esclarecimento

Decorreu, no auditório da Biblioteca Municipal de Tomar, uma sessão de esclarecimento sobre a vespa velutina, iniciativa do Município, através da Divisão de Protecção Civil e que contou com a participação de técnicos da Enxame de Abelhas, entidade especializada no seu combate, bem como da Associação de Apicultores do Centro de Portugal.
Introduzida acidentalmente na Europa já neste século, e sem predadores, esta vespa (de tamanho superior e mais escura que a vespa comum, e com apenas uma lista amarela no abdómen – não confundir com a vespa crabro que é ainda maior mas com o abdómen todo amarelo) está a pôr em perigo a biodiversidade e nomeadamente as abelhas e a produção de fruta, além de ser mais agressiva.

Uma das maiores preocupações prende-se com o facto de provocar a morte das abelhas, não apenas directamente, mas impedindo a sua saída ao procurar as colmeias para ingerir mel. Além dos prejuízos para os apicultores, o desaparecimento das abelhas é catastrófico para o meio ambiente, já que elas são as principais responsáveis pela polinização. Mas também a fruta pode ser dizimada por estes insectos invasores, uma vez que a picam para absorver frutose. Ao contrário da vespa comum, a vespa asiática, quando se sente em perigo, organiza-se para atacar em grupo, pelo que pode também ser bastante perigosa para o ser humano e para os outros animais, pelo que deve ser tratada com todas as cautelas. Já há registo de casos de ataque com mortes humanas em Portugal.
O seu aparecimento em Portugal deu-se pelo norte do país, alastrando para sul, tendo já sido encontrados vários ninhos no concelho de Tomar. Estes ninhos, na sua fase final, têm a forma de uma pera, com uma dimensão de cerca de 60 cm de altura, sendo criados geralmente em árvores altas, embora também já tenham sido encontrados no chão, dentro de silvados.
Se pretende saber mais sobre este assunto, esclarecer dúvidas ou informar da existência de vespas ou de ninhos, contacte a Linha SOS Ambiente pelo número 808 200 520 ou consulte o site www.sosvespa.pt. No concelho de Tomar tem ao seu dispor o número de telefone da Protecção Civil, 249 324 030 ou da GNR, 249 320 060.

ANTÓNIO FREITAS in “Mundo Português”


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