A vila de Avelar já foi um grande centro têxtil, assegurando em cinco empresas toda a fileira do sector. Hoje restam duas firmas que agregam as antigas cinco sociedades anónimas. A Avelfabrics dedica-se à tecelagem e a Avelmod à confecção. Na última década ultrapassaram “sérios problemas”, “reinventámo-nos” e hoje são duas “empresas sustentáveis” que no total empregam quase duas centenas de pessoas, revelou o director-geral, Manuel Arnaut. O CDS-PP foi visitá-las ontem para conhecer os “obstáculos ao seu crescimento” e perceber que medidas poderão inserir no programa eleitoral das próximas legislativas para combater essas dificuldades.
Depois de em 2005 terem atravessado “sérios problemas”, as cinco empresas do sector têxtil de Avelar foram agregadas em “duas sociedades completamente distintas, com funcionários distintos e com nichos de mercado também distintos”, explicou Manuel Arnaut.
A recuperação destas empresas começou no final de 2012, quando um empresário, “ligado à área da moda de forma transversal”, abraçou este projecto permitindo “superar muitos obstáculos”. Hoje é notório o crescimento de ambas as unidades. “A Avelmod emprega 153 trabalhadores, aceita todo o tipo de encomendas e confecciona sobretudo casacos”, trabalhando principalmente “em regime de outsourcing”. “Nos últimos quatro anos, temos vindo a incentivar a criação de micro-empresas”, que desenvolvem um “trabalho de subcontratação”, que representa “cerca de 35 a 40% das nossas encomendas”, realçou aquele responsável. Quanto a projectos, a curto prazo será preciso substituir a cobertura de uma ala da Avelmod, pelo que “passou-me pela cabeça colocar painéis fotovoltaicos para dessa forma reduzir a nossa factura energética, que é muito elevada”.
Já a Avelfabrics, que “começou praticamente do 0 em 2013”, tem hoje 35 trabalhadores e um projecto aprovado no âmbito do Centro 2020 para “reabilitação da tinturaria e da ultimação”. Contudo, “ainda não sabemos quando, nem como o iremos executar”, referiu Manuel Arnaut, adiantando que “pedimos uma autorização à CCDRC [Comissão de Coordenação de Desenvolvimento do Centro] de 18 meses, que nos foi concedida, para nos ajustarmos em função das necessidades”.
Apesar da expansão das empresas, “os obstáculos são muitos”. “Nos últimos anos, o salário mínimo teve uma subida muito grande que não conseguimos acompanhar com a subida de preços aos clientes”, apontou o director-geral, que aproveitou ainda para reclamar “um regime fiscal mais atractivo para as horas extraordinárias”.
De referir que a visita à Avelmod e à Avelfabrics surge no âmbito de um roteiro do CDS-PP pelo tecido empresarial a nível nacional para perceber “os maiores obstáculos ao crescimento e à expansão das empresas”, com vista a incluir no programa eleitoral das próximas legislativas medidas que permitam combater essas dificuldades, explicou no final da visita o vice-presidente do partido, Adolfo Mesquita Nunes, defendendo que “não há crescimento económico sem empresas”, todavia “o Estado continua a não ser o melhor amigo das empresas”.
Por sua vez a presidente da Comissão Distrital do CDS-PP, Rosa Guerra, está “muito preocupada” com a “ilusão de que está tudo muito bem” e considera que “é através deste trabalho que podemos apresentar um programa eleitoral válido, consistente e adequado à realidade do nosso país”.
A escolha destas duas empresas partiu da concelhia local do partido. “De facto estas empresas são representativas do concelho de Ansião, porque efectivamente empregam muitas pessoas”, sustentou o presidente da concelhia, Rafael Henriques, argumentando que “estamos a falar de unidades muito importantes e com muitos anos”, que “precisam de mais apoios e incentivos do Estado”.
CARINA GONÇALVES
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