Quase 1,5 milhões de euros vão ser investidos em projectos inovadores que visam combater problemas sociais nos 19 municípios do Pinhal Interior, no âmbito da iniciativa Portugal Inovação Social (PIS). Este programa, cujo período de candidaturas decorre até 28 de Fevereiro, disponibiliza um milhão de euros para financiar 70% dos projectos, sendo os restantes 30% suportados por um ou vários investidores públicos ou privados. No concelho de Alvaiázere, os agentes sociais já estão a preparar mais do que um projecto inovador para dar resposta a necessidades locais.
“Já temos mais do que um projecto para o Portugal Inovação Social envolvendo um conjunto de parceiros, mas não posso adiantar mais”, revelou ao TERRAS DE SICÓ a presidente da Câmara Municipal de Alvaiázere, Célia Marques, salientando que um dos projectos está a ser preparado pela incubadora do município Alvaiázere +, mas “há também um conjunto de agentes sociais locais que estão a preparar candidaturas para dar resposta a uma necessidade que existe no concelho, que neste momento não tem resposta social”.
Afinal, “este concurso de inovação social foi especialmente desenhado para estes 19 concelhos do Pinhal Interior”, com vista a “atenuar, resolver ou responder a problemas sociais” com “soluções inovadoras que complementem as respostas convencionais”, explicou o presidente da Estrutura de Missão Portugal Inovação Social.
Desta forma, “o PIS nasceu para dar voz à sociedade civil e com ela tentar encontrar estas respostas inovadoras que complementem as que já existiam”, juntando depois “as organizações sociais que têm projectos inovadores com os investidores públicos e privados que estão dispostos a financiar estes projectos”, adiantou Filipe Almeida.
Posto isto, o concurso Parcerias para o Impacto para a Revitalização do Pinhal Interior foi “desenhado especificamente para os 19 municípios” desta região, disponibilizando “uma dotação de um milhão de euros” para projectos de inovação social, cujas candidaturas decorrem até 28 de Fevereiro. “Este programa financia 70% dos projectos aprovados e os restantes 30% deverão ser suportados por um ou vários investidores sociais públicos ou privados”, esclareceu aquele responsável, salientando que podem apresentar projectos “qualquer entidade que pertença à economia social” e “o investidor social pode ser qualquer entidade pública ou privada”. “Portanto, temos um milhão de euros à disposição, que com este modelo de 70% mais 30% de financiamento, alavanca um investimento até quase 1,5 milhões de euros” para projectos de inovação social, realçou Filipe Almeida.
Para a presidente da Câmara de Alvaiázere, a “criação deste instrumento financeiro será certamente fundamental para a criação de novas soluções sociais” num sector que “tem uma importância cada vez maior na economia do país” e, em particular, “em territórios com as fragilidades que apresentam os municípios do Pinhal Interior”.
Neste sentido, Célia Marques assegurou que a autarquia “está disponível para ajudar a encaminhar projectos”, tanto que “já fizemos uma sessão na nossa incubadora Alvaiázere + precisamente para disponibilizar os serviços do Município e da incubadora para apoiar e auxiliar as entidades que estejam interessadas em apresentar candidaturas”.
Contudo, apesar de felicitar o Governo “pela existência de uma dotação financeira dedicada e um conjunto de medidas específicas para uma região desfavorecida”, a autarca alertou para a “disparidade gritante entre o interior e o litoral”, argumentando que no mesmo dia foram anunciados “quase dois mil milhões de euros em infra-estruturas nos próximos dez anos para Lisboa e Porto”, um investimento que conflui com a criação deste aviso de “um milhão de euros para uma região de 19 municípios, que enfrenta problemas gravíssimos que urgem resolver”.
Para o ministro-adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, “o país não é todo igual”, pelo que cada território, a começar pelos de baixa densidade demográfica da região Centro, especialmente os mais atingidos pelos incêndios de 2017, poderá inverter o ciclo de envelhecimento e perda de população com o incentivo do Estado à promoção de “respostas específicas”. Porém, “não é uma tarefa que se possa levar a cabo de uma vez só”, sublinhou.
Já a ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, enfatizou a preocupação do Governo “com as regiões de baixa densidade” populacional e preconizou a aposta na modernização dos serviços públicos. “Estes não são projectos muito caros, mas são projectos muito interessantes, porque permitem testar novas respostas”, adiantou, revelando que “se se vier a provar que a procura foi maior que a oferta, cá estaremos para reforçar o investimento”.
CARINA GONÇALVES
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