A Câmara Municipal de Pombal aprovou, por maioria, a redução do preço de venda dos lotes da Zona Industrial do Louriçal, com vista a incentivar a fixação de empresas naquela área de localização empresarial. A deliberação foi tomada na última reunião do executivo, que se realizou no passado dia 7 de Dezembro.

A redução do preço de metro quadrado nestes lotes “tem em conta precisamente um conjunto de indicadores, nomeadamente o nível de procura,as acessibilidades, o interesse da dinamização e o financiamento da operação de loteamento”, afirmou o presidente do Município, salientando que “em nenhuma altura a Câmara tem de olhar para estas operações como operações financeiras ou imobiliárias”, mas antes como “operações de desenvolvimento”. Afinal, “estes lotes criam emprego e pagam IMI, IRS e IVA”.

A proposta de “fixação de 10 euros por metro quadrado na alienação dos lotes da Zona Industrial do Louriçal” poderá “revelar-se mais assertiva”, ainda que “seja um valor inferior ao praticado nas outras zonas industriais do concelho, onde os lotes ascendem aos 15 euros por metro quadrado”, sustenta a autarquia.

“Somos completamente a favor desta proposta”, enfatizou a vereadora socialista, Odete Alves, argumentando que “esta é uma medida concreta para atrair investidores”, porém acredita que “esta redução de preço possa ainda assim não resolver o problema da Zona Industrial do Louriçal, que tem a ver com a sua localização”. Não obstante, “é um sinal positivo e uma medida que deve ser aplaudida”.

A mesma opinião não é partilhada pelo vereador da oposição,Narciso Mota. “Não concordo com a argumentação e a fundamentação desta proposta”, defendeu, alegando que “não deverá haver dualidade de critérios, mas uniformização de critérios em termos de ocupação de lotes em todos os parques industriais que já existem e outros que possam ser criados no concelho”. “Oxalá isso seja um chamamento e sirva de marketing para a venda destes lotes”, mas“não será por os lotes da Zona Industrial do Louriçal passarem a custar apenas 10 euros por metro quadrado que se vão instalar lá mais empresas”.

Ao nível das acessibilidades, a Zona Industrial do Louriçal encontra-se a poucos quilómetros do acesso ao IC8, à A17 e à A1, contudo “o acesso às Cavadas não tem um perfil ajustado àquela finalidade e passa por uma zona urbana”, frisou Diogo Mateus, justificando a proposta de baixar o preço. Além disso, “sob o ponto de vista topográfico, os trabalhos de preparação dos terrenos, a concepção dos projectos de arquitectura e a construção civil que venha a ser feita é mais exigente ali que nos outros parques industriais”.

Ora, “se olharmos para estas condições não podemos achar que, do ponto de vista promocional, os parques industriais da Guia ou Manuel da Mota estão em inferioridade comercial face ao do Louriçal”. “Pelo contrário,por isso é que os investidores ao escolher optam primeiro pelo Manuel da Mota,depois pelo da Guia e só depois pelo do Louriçal”, realçou o autarca,defendendo que “há ali uma diferenciação que podemos utilizar a nosso favor com esta diferenciação”.

Além disso, “há uma oportunidade para se fazer isto agora, antes do primeiro lote ser vendido”, rematou Diogo Mateus.

CARINA GONÇALVES