A poucos dias da corporação assinalar o 128.º aniversário, o presidente da Direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Concelho de Soure não esconde o desgosto “com o que se ouve por aí em matéria de Protecção Civil”.

“Quando há catástrofes, incêndios e vendavais, os bombeiros estão na primeira linha, são uma força que ninguém pode dispensar e depois quando toca aos apoios, a uns propõem a redução da idade da reforma e aos [bombeiros] voluntários dão-lhes entradas gratuitas nos museus. Não se consegue perceber”, enfatiza Hélder Carvalho.

Sem se referir directamente à contestação à proposta governamental de reforma da Protecção Civil que vem a ser contestada pelos soldados da paz, o dirigente diz-se no entanto “entristecido”, porque “quando os bombeiros são precisos são os maiores, e depois a coisa passa e já ninguém se lembra ou quando se lembram é para dar coisas mixurucas”, reforça em tom crítico.

Aniversário “soft”

As comemorações dos 128 anos daquela associação humanitária decorrerão no próximo dia 25 e numa “versão soft”. Romagem aos cemitérios, promoções e condecorações de bombeiros, desfile apeado, sessão solene e, possivelmente, a nova ambulância de socorro do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) para ser benzida.

“Não dá para mais. Estamos a fazer a obra de alargamento da secção da Granja do Ulmeiro, é um investimento grande e temos de estar acautelados com dinheiro”, salienta Hélder Carvalho, adiantando que uma necessária ambulância de transporte de doentes é prenda a esperar por nova oportunidade.

Com um corpo activo estável e uma situação financeira “equilibrada”, o presidente da corporação sourense realça o apoio da Câmara Municipal, que “tem cumprido com o que se tem comprometido”, a situação “mais regularizada” nos pagamentos devidos pelo INEM e os atrasos na liquidação das dívidas por parte dos hospitais, “sempre a mesma coisa…”.

O secretário de Estado da Protecção Civil, José Artur Neves, poderá vir a marcar presença na comemoração de mais um aniversário.