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Pombal: População acusa pedreira do Barrocal de expandir para terrenos privados

2 de Novembro 2018

A pedreira do Barrocal, pertencente à Iberobrita – Produtora de Agregados SA, está a alargar a área de exploração alegadamente para terrenos privados, deixando indignados os seus proprietários. Apesar dos donos já terem denunciado a situação, os trabalhos de exploração estão a prosseguir.

“Os donos da pedreira sempre abusaram, mas agora é demais”, disse ao TERRAS DE SICÓ uma habitante que não quis ser identificada, explicando que “não há muito tempo havia uns baldios a seguir à pedreira e uma estrada que separava esses terrenos dos privados”. Mas “a pedreira já se apoderou dos terrenos baldios e agora está a entrar nos privados”, adiantou aquela octagenária, frisando que “tenho 80 anos e sempre me lembro de haver ali terrenos baldios e privados”.

“Isto é um grande abuso”, considera Manuela Valeiro, acusando a pedreira de se ter “apoderado dos terrenos baldios e agora querem também os privados”. “E eu sou a mais prejudicada, porque tenho um terreno com cerca de 40.000 metros quadrados por trás da pedreira”.

De acordo com aquela proprietária, tudo começou “há cerca de um ano e meio, quando fui alertada que andava uma máquina no meu terreno”. Na altura acorreram ao local os donos de várias parcelas contíguas à pedreira e outras pessoas da localidade para “marcar as extremas viradas para a pedreira com estacas e fitas reflectoras”. Contudo, quando mais tarde voltou ao local, encontrou “tudo arrasado com uma máquina e uma estrada feita no meu terreno”, que tem ainda “uma placa a anunciar zona de perigo, que afixaram sem autorização”.

“Nunca entraram em contacto com ninguém, nem para adquirir os terrenos, nem para qualquer outro assunto”, acusa Manuela Valeiro que, depois “várias queixas e reuniões”, continua a assistir ao alargamento da pedreira.

“Eu tenho a escritura que comprova a compra do terreno e pago IMI todos os anos”, refere, questionando se isso “não é suficiente para comprovar que o terreno é meu”.

Mas Manuela Valeiro não é a única que tem parcelas junto à pedreira. “Há muitas pessoas que têm aqui terrenos” e “revoltaram-se inicialmente”, mas agora “já não estão para se chatear porque os terrenos pouco valem e se forem para a frente vão gastar muito mais que o seu valor para os defender”, lamenta. Contudo, mesmo afirmando que “não posso gastar do meu dinheiro para defender as terras dos outros”, esta habitante garante que não vai ficar parada, até porque “se não fizermos nada agora, eles entram nos privados e nunca mais param”.

O TERRAS DE SICÓ procurou obter esclarecimentos junto da empresa Iberobrita – Produtora de Agregados SA e da Câmara Municipal de Pombal, mas não obteve resposta em tempo útil.

CARINA GONÇALVES


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